Lista de produtores
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ESPANHA
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Ànima Negra e Terra de Falanis
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Julián Chivite e Gran Feudo
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Bodegas Luzón
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Bodegas Valdemar
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Castell del Remei e Celler de Cérvoles
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Tempos Vega Sicilia - Alión, Pintia e Macán
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Viña Bujanda, Cosecheros y Criadores, Finca Antigua e Finca Valpiedra
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Pesquera, El Vínculo e Dehesa La Granja
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ÁUSTRIA
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Riedel
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África do Sul
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Barista
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Boekenhoutskloof
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De Wetshof
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ESTADOS UNIDOS
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Domaine Drouhin Oregon
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ARGENTINA
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Ernesto Catena Vineyards e Tikal
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Bodegas CARO (Catena Zapata e Château Lafite-Rothschild)
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Catena Zapata
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El Enemigo
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Alamos (Catena Zapata)
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CHILE
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Garcés Silva Family Vineyards (Amayna e Boya)
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Viña Carmen
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Viña Montes
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Domaines Bournet-Lapostolle
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URUGUAI
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Pisano
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BRASIL
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Vallontano
De Wetshof
Grande especialista em Chardonnay, De Wetshof foi pioneira em cultivar a variedade borgonhesa na África do Sul, nos anos 1980. Seus vinhos estão entre os mais finos e elegantes brancos do país, a exemplo do classudo Chardonnay Bateleur, elaborado apenas nas melhores safras, o cítrico Chardonnay Lesca e o puro e fresco Bon Vallon, este último sem passagem por madeira e ganhador da medalha de outro no Chardonnay du Monde 2019 – a mais acirrada competição de Chardonnays do mundo. As uvas usadas no Bon Vallon, assim como nos demais Chardonnays da vinícola, são selecionadas de videiras de solos pedregosos, ricos em calcário, tão propícios para o cultivo da casta.
Esta estrategicamente situada no Vale de Robertson, uma região marcada por invernos frios e verões ensolarados, com uma média anual de precipitação entre 350mm e 400mm. A brisa fresca que sopra nos meses mais quentes ajudam no pleno amadurecimento das uvas. Sob o comando do reputado enólogo Danie de Vet, é uma das poucas vinícolas familiares da África do Sul. De Wetshof produz também um ótimo Sauvignon Blanc, um elegante Riesling, e o Edeloes, um delicioso vinho de sobremesa, além do Muscadel, outra especialidade. Entre os tintos, o Pinot Noir Bio, talhado com uvas de cultivo biológico, tem delicioso apelo gastronômico, ideal para acompanhar uma infinidade de pratos.
Boekenhoutskloof
Produtor de vários ícones sul-africanos, Boekenhoutskloof é, segundo a crítica especializada, referência entre as vinícolas mais importantes do país. Apaixonado pelos vinhos franceses do Rhône, o enólogo Mark Kent elabora tintos com um adorável e distinto caráter do Velho Mundo. O Boekenhoutskloof Syrah é um vinho maravilhoso, bastante complexo, elaborado com uvas de vinhas com mais de 100 anos de idade, o melhor da África do Sul, na opinião de Robert Parker. O Porseleinberg é outro Syrah excepcional, produzido em quantidades limitadas a partir de um vinhedo orgânico de mesmo nome, localizado na charmosa Franschhoek, ao norte da Cidade do Cabo, e já chegou a receber 97 pontos do Master of Wine inglês Tim Atkin. O Chocolate Block é um inspirado corte de Grenache, Syrah, Cabernet, Cinsault e Viognier, que resulta em um tinto cativante lembrando um bom Châteauneuf -du-Pape.
O novo Stellenbosch Cabernet Sauvignon, talhado com uma pequena parte de Cabernet Franc, conquistou 92 pontos da revista Wine Spectator logo na primeira safra (2014), e faz um interessante contraponto ao Cabernet que já era produzido pela vinícola com uvas da região de Franschhoek. A linha Porcupine Ridge reúne brancos e tintos de ótima relação qualidade/preço, considerados por Parker “fantásticas pechinchas”. Outo lançamento recente de Boekenhoutskloof é o Noble Late Harvest, um vinho de sobremesa especial elaborado exclusivamente com uvas Sémillon colhidas sobremaduras em vinhedos plantados em 1902.
Domdechant Werner
Uma das melhores regiões vinícolas da Alemanha, o Rheingau é a pátria da Riesling, e onde desde 1870 Domdechant Werner dedica-se à produção de alguns dos mais reputados brancos com a icônica uva branca do país. Para a revista Wine & Spirits, seus vinhos “merecem um lugar nas adegas de todos os fanáticos por Riesling”. De muito caráter e longevos, refletem como poucos as diferenças entre vinhedos vizinhos. Parte dos 14 hectares dos vinhedos de Domdechant Werner Alguns são classificados como ‘Erstes Gewächs’ (Premier Cru), como o Domdechaney, o Kirchenstück, o Hölle e o Stein. Permanecem nas mãos da mesma família desde sempre e hoje são administrados pela sétima geração, representada pelo dinâmico Franz Werner Michel, que dirigiu por 35 anos o Instituto do Vinho Alemão. O Hochheimer Kirchenstück Riesling Spätlese Trocken 2009 recebeu medalha de ouro no International Wine Challenge 2011, um dos mais importante concurso de vinhos do mundo, e o Hochheimer Domdechaney Riesling Auslese 2005 recebeu 93 pontos da Wine Spectator É um branco doce inigualável, com um potencial de guarda de mais de duas décadas. O Eiswein também é maravilhoso, um fantástico vinho de sobremesa.
Hans Wirsching
Com uma tradição que remonta ao século 17, Hans Wirsching é uma das grandes estrelas da pitoresca Francônia, ao sul da Alemanha. Há 14 gerações produz brancos secos (trocken) em quantidades limitadas e facilmente identificados por suas garrafas são bojudas, que são consumidos quase que totalmente pelos conhecedores alemães. A vinícola é uma das maiores proprietárias de terras em Iphofen, região famosa pelo solo ‘gypsum keuper’, capaz de conferir ao vinho uma ótima combinação de corpo e fruta. Os 90 hectares de vinhedos são cercados por florestas de carvalho, que protegem as vinhas e permitem um ciclo mais longo de amadurecimento das uvas. O cultivo é orgânico e a colheita, manual. A Silvaner é a uva centenária da Francônia e também a variedade mais plantada por Hans Wirsching, graças a sua incomparável elegância, seguida pela nobre Riesling, que ocupa os vinhedos mais ensolarados da propriedade, de exposição sul, além das variedade brancas Müller-Thurgau e da Scheurebe. Todos os vinhos mostram uma enorme tipicidade, além de um estilo mais seco que a maioria dos vinhos alemães.
Robert Weil
Produtor de imenso prestígio, Robert Weil é admirado por todos os grandes especialistas em vinhos do mundo, incluindo a Master of Wine britânica Jancis Robinson, para quem “produz os vinhos mais suntuosos do Rheingau”, e Robert Parker, de quem acumula mais de 50 notas acima de 95 pontos para seus Rieslings. São vinhos maravilhosos, verdadeiros arquétipos da elegância e complexidade da Riesling no Rheingau – finos e potentes, com muita concentração e equilíbrio, além de uma notável mineralidade, característica muito admirada pelos críticos. O fabuloso vinhedo de apelação controlada Kiedricher Grafenberger recebe elogios desde o século 18 e origina vinhos fabulosos, dotados de um impressionante senso de terroir e potencial para envelhecimento, e que já mereceram seu lugar entre os 100 melhores vinhos do mundo da Wine Spectator. Os Riesling Trocken, secos, mostram um frutado delicado e marcante, bem característico dos grandes vinhos alemães. O delicioso Rheingau Riesling QbA Trocken é leve e aromático, com ótima acidez, enquanto o Charta é muito mineral e seco, com uma fantástica textura cremosa, e o Kabinett exibe cativantes aromas florais.
Selbach - Oster
Há mais de 400 anos, Selbach-Oster produz longevos e premiados Rieslings que estão entre os mais admirados pelos amantes do vinho alemão e também recebem excelentes avaliações da crítica – só de Robert Parker acumula mais de 40 notas entre 95 e 99 pontos. Situada no vale do Mosel, celebrada região vinícola e uma das mais antigas do país, é proprietária de alguns dos melhores vinhedos na apelação de Zeltingen, incluindo três fantásticos “crus”, Himmelreich, Sonnenuhr e Schlossberg, fonte de vinhos extremamente elegantes, em um estilo limpo e fresco, grandes expressões de seu terroir. O Zeltinger Riesling Kabinett Trocken 2015 foi um dos eleitos para a concorrida lista dos 100 melhores vinhos do mundo da Wine Spectator de 2017.
Ernesto Catena Vineyards e Tikal
Ernesto Catena, filho do respeitado Nicolás Catena, é um artista talentoso que, fazendo jus à nobre estirpe de sua família na produção de brancos e tintos finos argentinos, segue um caminho próprio e muito criativo. Seus inovadores e estilosos vinhos Tikal são maravilhosos tintos de butique, de minúscula produção e cultuados pelos apreciadores de vinhos do Novo Mundo. Elaborados com uvas de alguns dos melhores vinhedos de altitude da família Catena em Mendoza, têm um estilo poderoso, rico e concentrado e são classificados com altas notas pela crítica especializada.
O Amorío Malbec é um tinto “denso, cheio de camadas e longo”, segundo Parker que avaliou as últimas safras com excelentes notas, como os 92 pontos para o Amorío 2016 e 93 pontos para o 2013. Um dos mais disputados tintos do país, o Locura é “um fascinante corte de 85% Malbec, 10% Bonarda e 5% Torrontés”, na opinião do jornalista americano, que classificou com 94 pontos as três safras avaliadas (2005, 2007 e 2008). Os estilosos tintos Tahuan são densos, concentrados e modernos. Além dos Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, Ernesto Catena também produz um delicioso Syrah, uma das especialidades da vinícola. Já os Siesta — Syrah, Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Bonarda/Malbec — são vinhos sérios e ainda mais encorpados, merecem descansar um pouco na adega ou ser decantados com antecedência para mostrar todas as suas melhores qualidades.
Ernesto Catena também assina a linha Alma Negra, composta de tintos, brancos e espumantes surpreendentes, avessos a modismos. O tinto Misterio é um corte secreto, de excelente pegada e profundidade, para Robert Parker. Os espumantes são deliciosos e oferecem uma relação qualidade/preço bastante atraente. O Pinot Noir é incrivelmente classudo e o Viognier mostra grande profundidade. A nova linha Padrillos traz um perfumado e elegante Malbec e um Pinot Noir leve e redondo, ambos de excelente relação qualidade/preço.
Bodegas CARO (Catena Zapata e Château Lafite-Rothschild)
Projeto conjunto de dois dos maiores nomes do mundo do vinho – Catena Zapata e Château Lafite-Rothschild –, Bodegas Caro recebe incríveis elogios da imprensa especializada internacional desde a sua fundação, no final da década de 1998. O melhor vinho da casa é o Caro, um maravilhoso corte de Cabernet Sauvignon e Malbec. Seu estilo é bem francês, mais elegante e aristocrático, cheio de nuances e com um excelente final de boca, trazendo toda a classe dos Rothschild. Recentemente, conquistou 97 pontos do Master of Wine inglês Time Atkin na safra 2017. Com a mesma estirpe do Caro, o ‘deuxième vin’ da bodega é o delicioso Amancaya. O Aruma, por sua vez, é um distinto 100% Malbec, elaborado com uvas dos melhores terroirs de Mendoza, sem passagem por madeira.
Catena Zapata
É possível definir Catena Zapata em apenas uma frase. O melhor produtor da Argentina. Quem afirma são os críticos. Para Jancis Robinson, trata-se do “maior e mais confiável nome da Argentina”; na opinião de Robert Parker, “Catena representa o máximo em vinhos da América do Sul”; a Wine Spectator considera a bodega “líder inquestionável em qualidade na Argentina (...) praticamente todos os melhores vinhos argentinos são produzidos pela Catena Zapata”. São muito os feitos da Catena. O produtor foi o grande pioneiro de qualidade em seu país, ao elaborar na década de 1990 os primeiros vinhos argentinos em pé de igualdade com os melhores vinhos do mundo. Os consagrados Catena Alta, Catena Zapata e Nicolás Catena Zapata são exemplos dessa época e referência entre as verdadeira obras-primas do mundo do vinho produzidas na atualidade. Catena também foi o responsável pelo ressurgimento da Malbec. Realizou a primeira grande seleção dos melhores clones da uva, que nos vinhedos de altura da família Catena Zapata alcançou uma nova dimensão, passando a originar vinhos Malbec absolutamente fantásticos, incrivelmente aromáticos e com taninos sedosos, em um estilo que serviu de inspiração a outros produtores, inclusive na França, berço da variedade.
Com a fundação do Catena Institute of Wine, em 1995, a vinícola deu início a um extenso e profundo estudo do vinhedo Adrianna, a menina dos olhos do produtor. Situado no Valle de Uco, a 1.500 metros de altitude, nos sopés dos Andes, o vinhedo é fonte de verdadeiros grands crus da América do Sul, e originou os primeiros vinhos do continente a conquistar em 2018 os 100 pontos de Robert Parker – o Catena Zapata Malbec Adrianna River Stones 2016 e o Gran Enemigo Single Vineyard Gualtallary Cabernet Franc 2013.
Eleita 12 vezes pela Wine&Spirits uma das 100 melhores vinícolas do mundo e com mais de 50 vinhos com nota igual ou maior a 95 pontos de Robert Parker, Catena Zapata também foi a vinícola argentina campeã do primeiro Extraordinary Winery Awards, em 2017, organizado por Parker em parceria com o influente guia Michelin de restaurantes.
El Enemigo
El Enemigo é o projeto pessoal de Alejandro Vigil, enólogo-chefe da Catena Zapata, e de Adrianna Catena, filha mais nova de Nicolás Catena. Os vinhos são elaborados a partir de parcelas específicas de vinhedos da família Catena selecionadas por Vigil. De bastante nervo, os tintos têm um caráter deliciosamente selvagem e desde o início já foram apontados como ‘outstanding’ por Robert Parker, que classificou com 98 pontos o Gran Enemigo Single Vineyard Gualtallary 2011, um Cabernet Franc proveniente de solos calcários em Gualtallary, apelação onde a Catena Zapata foi pioneira.
Alejandro Vigil foi considerado o melhor enólogo da Argentina na atualidade pelo respeitado Master of Wine inglês Tim Atkin, que há duas décadas acompanha o panorama vitivinícola argentino. Na sua opinião, Vigil é dono de um espírito de superação invejável e conhece como poucos as peculiaridades de cada metro quadrado de vinhedo nas altitudes de Mendoza. Os vinhos, elaborados com a Malbec e outras castas pouco comuns no país como a Syrah, a Petit Verdot e a Cabernet Franc – esta última talvez a maior aposta de Vigil para originar vinhos finos e complexos – são incrivelmente sedutores, que merecem ser conhecidos.
Riedel
Fundada na Áustria, em 1756, Riedel é reconhecida internacionalmente pelo seu perfeccionismo na produção dos mais finos cristais. Seus produtos quebram padrões e lançam tendências. São fabricados com um máximo de rigor técnico e muitas vezes resultado de suas próprias inovações tecnológicas. Foi pioneira ao lançar nos anos 1970 as primeiras taças do mundo fabricadas especificamente para vinhos. Batizada de Sommeliers e com design assinado por Claus J. Riedel, nona geração da família, a coleção aperfeiçoou o formato da taça em sua essência, com bojo, haste e base. Hoje 29 modelos para diferentes tipos de vinho, espumantes e destilados compõem a revolucionária linha de taças, cujas peças originais estão expostas no acervo permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York.
Dona de um know-how ilimitado, a empresa, que hoje é comandada pela 11a geração Riedel, trabalha lado a lado com sommeliers e experientes degustadores na criação de coleções inteiras de copos e decanters dedicados à apreciação e serviço do vinho. Em todas elas, os formatos e tamanhos dos bojos são meticulosamente desenhados para garantir que realcem as qualidades de cada vinho, valorizando de maneira surpreendente todas as nuances da bebida. Robert Parker define assim o fabricante: “As melhores taças são feitas por Riedel. Elas exercem um efeito profundo sobre o vinho. Não consigo enfatizar o bastante tamanha é a diferença que elas fazem”.
Vallontano
Com a mesma paixão pela tipicidade que move os melhores pequenos produtores europeus, Vallontano busca produzir quantidades limitadas de espumantes, brancos e tintos que reflitam de maneira autêntica o solo e o clima do território onde são gerados — o Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. É o vinho brasileiro em seu melhor. Luís Henrique Zanini, o talentoso enólogo da Vallontano, encontrou inspiração para suas saborosas criações no mítico Domaine de Montille, na Borgonha, um dos mais fervorosos defensores do terroir, onde trabalhou e aprendeu a expressar a individualidade de cada microclima.
De volta ao Vale dos Vinhedos, no final da década de 1990 passou a produz vinhos com um estilo próprio e que por sua boa acidez — característica do clima e do solo — são grandes parceiros de comida. Entre os tintos destacam-se um reputado Tannat, um saboroso Cabernet Sauvignon, que esbanja tipicidade, um ótimo Reserva Merlot, envelhecido em carvalho por 12 meses, e o novo LH Zanini, um corte especial de Ancellota, Tanatt, Teroldego e outras castas em menor proporção passificadas – a mesma técnica usada na produção dos Amarones della Valpolicella da Itália – e vinificadas separadamente. Um vinho cativante, encorpado, com uma adorável acidez, que o faz companhia ideal para churrasco, massas e risotos à base de carne.
Os espumantes também agradam imensamente. O LH Zanini Extra Brut, talhado com um corte de Chardonnay e Pinot Noir pelo clássico método champenoise, passa dois anos em com contato com as leveduras na garrafa. Já conquistou o título de vinho revelação e de melhor espumante extra brut do guia Descorchados (safra 2012), e em 2018 ficou entre os melhores na sua categoria, com 90 pontos para a safra 2015. O classudo Brut Rosé, no qual predominam a Pinot Noir e a Chardonnay, é outro destaque. Foi eleito pelo Descorchados 2018 o melhor espumante charmat – com a segunda fermentação em tanques de aço –, com 91 pontos.
Garcés Silva Family Vineyards (Amayna e Boya)
Garcés Silva está situada em Leyda, uma das regiões mais frias do Chile. Ali, a vinícola foi pioneira no cultivo da Pinot Noir e da Sauvignon Blanc para a produção dos vinhos Amayna, que em pouco tempo se converteram em uma das mais excitantes descobertas do país. O branco Sauvignon Blanc é concebido em duas versões: um puro e fresco sem passagem por madeira, e outro exuberante, fermentado em barricas de carvalho. Para Robert Parker, “são inegavelmente os mais finos Sauvignon Blanc que já surgiram na América do Sul”. O Amayna Pinot Noir, poderoso e profundo, mas com grande elegância, foi indicado por Steven Spurrier, da Decanter, como o melhor tinto do Chile na safra 2015. A linha Boya traz tintos e brancos de ótima relação qualidade/preço, muito bem avaliados também – o Boya Pinot Noir 2014 recebeu 95 pontos da Decanter!
Viña Carmen
Fundada em 1850, a mais antiga vinícola do Chile combina sua longa tradição com a mais alta expertise para elaborar tintos e brancos que estão entre os melhores da América do Sul. Conquistou por sete vezes o título de melhor vinícola chilena da revista Wine&Spirits, que também a elegeu “Value Brand of the Year”. Alguns de seus vinhos estão entre os grandes achados do país, como os da linha Classic, realmente muito impressionante para sua faixa de preço. Os Reserve, mais finos e concentrados, são verdadeiros clássicos, ao lado do sofisticado Winemaker’s Red Cabernet Sauvignon Blend. O raro Gold Reserve já foi escolhido o melhor tinto chileno pelo guia Descorchados.
Domaines Bournet-Lapostolle
Esta fantástica bodega foi fundada pela francesa Alexandra Marnier-Lapostolle, herdeira da Grand Marnier, com a intenção de produzir os melhores vinhos do Chile. Os vinhedos situam-se nas melhores localizações de Apalta, Requinoa e Casablanca, e estão plantados com vinhas velhas, o que confere aos vinhos maior concentração, riqueza e complexidade. Os rendimentos são os menores do país e o cuidado na adega é minucioso, tendo à frente o célebre enólogo-consultor Michel Rolland. Os vinhos de Lapostolle falam por si só. O famoso Clos Apalta, um fabuloso blend de Carmenère, Cabernet Sauvignon e Merlot, foi eleito o melhor vinho do mundo em 2008 pela Wine Spectator, com a safra 2005 e 96 pontos, e entrou novamente para o ranking dos Top 100 da revista outas três vezes. Recentemente, James Suckling avaliou com os máximos 100 pontos as safras 2014 e 2015 do Clos Apalta.
Os vinhos Cuvée Alexandre são extremamente elegantes, complexos e estruturados, lembrando ótimos Bordeaux, e com frequência são avaliados com mais de 90 pontos pela crítica especializada. Uma incrível prova de qualidade e consistência. Já os vinhos da linha clássica da vinícola costumam ser especialmente recomendados como grandes achados e exibem muita concentração, riqueza e uma excelente relação qualidade/preço. O Lapostolle Casa Cabernet Sauvignon, por exemplo, é um permanente ‘best buy’ da Wine Enthusiast. O mais recente lançamento da mais francesa das vinícolas do Chile é o Le Rouge. Um tinto elaborado com um corte de Syrah, Carmenère, Merlot e Cabernet Sauvignon, a exemplo dos vinhos de Bordeaux produzidos no século. Naquela época, a Syrah era mesclada clandestinamente com as uvas tradicionais de Bordeaux para deixar os vinhos mais profundos e potentes. É um tinto autêntico, de incrível relação qualidade/preço e com a assinatura inconfundível da Lapostolle.
Viña Montes
Na opinião do escritor de vinhos inglês Hugh Johnson, Viña Montes é “o melhor do Chile”. Criador de verdadeiros ícones chilenos, o co-fundador da vinícola Aurelio Montes é reverenciado em todo o mundo por ter demonstrado a capacidade de seu país em originar tintos aptos a competir com os maiores vinhos da França e da Califórnia. Há duas décadas, quando o comum no Chile era a produção de vinhos grande volume, Aurelio rompeu paradigmas ao lançar o primeiro tinto premium do país, o Montes Alpha Cabernet Sauvignon. Aurelio Montes foi então mais além: criou o primeiro vinho superpremium do Chile, o cultuado Montes Alpha M, inspirado nos Premiere Grands Crus Classés de Bordeaux. A safra 2013 deste clássico foi escolhida para figurar na lista dos Top 100 Cellar Selections de 2018 da revista Wine Enthusiast. Outras obras-primas de Viña Montes incluem o Folly, um Syrah conquistador de altíssimas notas, e o Purpel Angel, de minúscula produção, que mereceu de James Suckling 99 pontos para a safra 2015 – a nota mais alta concedida pelo crítico a um Carmenère. Novidade mais recente, a linha Montes Alpha Special Cuvée eleva a qualidade dos grandiosos Montes Alpha a um outro patamar, com vinhos refinados, que poderiam custar muito mais.
Movido por um inabalável espírito aventureiro e visionário, Aurelio Montes foi buscar além das fronteiras vinícolas já exploradas novos terroirs, que deram origem aos vinhos Outer Limits. No cenário ‘arredio’ à beira do Pacífico, em Zapallar, começou a produzir um Pinot Noir sedutor e um Sauvignon Blanc rico e cheio de mineralidade. Com uvas de Apalta Aurelio talha o Outer Limits CGM, apontado pelo crítico de vinhos Patricio Tapia como “um rótulo que inaugura uma nova vocação para Colchagua”.
Ànima Negra e Terra de Falanis
Os ‘cult wines’ de Ànima Negra são verdadeiras especialidades, produzidos em minúsculas quantidades em Felanitx, na ilha de Mallorca. O mais emblemático deles é o Ànima Negra (ÀN), elaborado com a casta nativa Callet de vinhas velhas de idade entre 50 e 85 anos. Um tinto poderoso e elegante, muito original, que nas safras mais recentes tem recebido ótimas notas de Parker e da Wine Spectator. O mesmo acontece com o ÀN/2, um assemblage das variedades locais Callet, Mantonegre e Fogoneu, além da Syrah. Elaborado apenas em safras realmente excepcionais o Son Negre é ainda mais raro, talhado com a Callet de vinhas antigas e maturado por 19 meses em barricas novas e usadas de carvalho francês. Na safra 2011, a última a ser produzida, conquistou 94 pontos da Wine Advocate, que elogiou sua elegância e classe, “um vinho sofisticado que evoluirá por uma década. Ànima Negra também produz um branco interessante, Quíbia, que combina a uva Premsal e a venerada Callet e exibe uma complexidade rara.
Os proprietários de Ànima Negra, o enólogo Miquelàngel Cerdà e Pere Obrador, estão à frente também de Terra de Falanis. Um empolgante projeto de vinhos elaborados em diferentes microclimas mediterrâneos em Mallorca e na costa espanhola, na região de Montsant, ao lado do Priorato. Expressam as características particulares de cada lugar combinadas à cultura catalã, e foram apontados pelo crítico José Peñín como vinhos de ótimo preço, jovens, saborosos e fáceis de beber. O Muac é um blend de Callet, Manto Negre e Cabernet Sauvignon de vinhedos com rendimentos limitados na ilha. O Plic Plic Plic, talhado com a Samsó (Carignan) e a Garnacha em Montsant, conquistou 90 pontos da Wine Spectator na safra 2013, que destacou sua “textura macia e fresca” e os “taninos leves”. São tintos gastronômicos e com um charme extra – os divertidos rótulos desenhados pelo artista plástico Pere Joan, com onomatopeias. Muac remete ao som de um beijo e Plic Plic Plic ao da chuva.
Julián Chivite e Gran Feudo
Fundada em 1647, Julián Chivite é uma das mais tradicionais e emblemáticas bodegas da Espanha. A reputação de seus ótimos tintos, brancos e rosados transcende a da própria Navarra, sua região de origem, e a coloca entre os maiores nomes do vinho espanhol. O produtor é um dos preferidos do rei da Espanha e costuma merecer inúmeros prêmios e elogios da imprensa especializada – já foi eleito várias vezes a melhor bodega do país pela Wine & Spirits.
A revista inglesa Decanter afirma, para não deixar dúvidas: “O maior nome da Navarra é Chivite. Os vinhos dessa histórica bodega ficaram melhores e melhores ao longo dos últimos 15 anos. Seu Colección 125 se estabeleceu como o grande vinho da Navarra”. Robert Parker também é fã dessa linha. Classificou com 93 pontos o Colección 125 Blanco 2014, um branco barricado “elegante e borgonhês de Chardonnay, um dos melhores em sua classe”. Os mais acessíveis Gran Feudo também têm uma merecida reputação de consistência e de fantástica qualidade pelo preço – o rosado é o mais famoso de toda a Espanha, sempre citado como um best buy.
Julián Chivite também é proprietário da conhecida vinícola Viña Salceda, localizada na Rioja Alavesa. Além dos ótimos e premiados Crianza e Reserva, o grande destaque é o tinto Conde de Salceda Reserva, um Tempranillo de imenso prestígio.
Bodegas Valdemar
A centenária Bodegas Valdemar é um dos mais tradicionais e reputados produtores da Rioja. Pertence à família Martínez Bujanda, nome forte do vinho espanhol, apontada pela revista Wine & Spirits como um dos cinco melhores produtores da Rioja. Com uma constante busca por vinhos tecnicamente perfeitos, a Bodegas Valdemar conta hoje com moderníssimas instalações – foi a primeira vinícola do país a ter depósitos de aço inoxidável com controle de temperatura –, sem perder de vista o cuidado artesanal, para a elaboração de tintos complexos, com notável equilíbrio entre a fruta e a madeira.
Grande proprietária de vinhedos finos, possui mais de 300 hectares nas melhores localidades da Rioja Alta, Rioja Alavesa e Rioja Baja. Algo bastante incomum na região, onde as propriedades médias têm apenas dois hectares e a maioria dos produtores compra uvas de terceiros. Além da Tempranillo e da branca Viura, a vinícola procurou resgatar variedades antigas e de alta qualidade – foi a primeira na Espanha a elaborar um vinho 100% Graciano, outro 100% Maturana e um branco 100% Tempranillo Blanco, esta última uma casta autóctone, versão branca da nobre Tempranillo.
Entre os fantásticos tintos, seus Conde de Valdemar Crianza (um eterno best buy), Reserva e Gran Reserva destacam-se entre os melhores vinhos da Espanha. Cheios de classe, exibem um estilo próprio e potencial para envelhecimento. Em fevereiro deste ano, Conde de Valdemar Gran Reserva 2010 foi avaliado pela Wine Spectator com 93 pontos e considerado “um belo exemplo do estilo tradicional”. É de fato um clássico da Rioja, produzido com base da Tempranillo de videiras velhas, maturado por 36 meses em barricas de carvalho francês (75%) e americano (25%). Bodegas Valdemar elabora também um vinho branco fermentado em carvalho, ótima pedida para acompanhar bacalhau, e um delicioso rosado, o primeiro da Rioja feito pelo método de sangria e que até hoje é uma forte referência em toda a Espanha para esse tipo de vinho.
Castell del Remei e Celler de Cérvoles
Esta bodega centenária remonta ao ano 1780, quando foi a primeira da Catalunha na produção de vinhos finos. Está situada na histórica DO Costers del Segre e 90% dos 162 hectares de vinhedos da propriedade estão plantados em uma região montanhosa a uma altitude entre 700 e 800 metros. O clima continental predomina, marcado por uma ampla amplitude térmica e marcado por invernos bem frios e verões quentes, e baixa precipitação. Além das variedades autóctones, como a Garnacha, a Tempranillo e a Carignan, a vinícola introduziu nos seus primeiros anos o plantio da variedades francesas, entre elas, a Cabernet Sauvignon, Syrah e Chardonnay.
O responsável pelos vinhos suculentos e saborosos é o renomado enólogo-proprietário Tomás Cuisiné, um dos mais representativos inovadores do vinho espanhol. O ‘crianza’ Gotim Bru, um blend de Garnacha, Tempranillo, Cabernet Sauvignon e Syrah, matura por dez meses em barricas e há mais de 30 safras recebe belas notas do Guía Peñín, além de ser um “eterno best buy” da Wine Advocate. O Oda, mais concentrado, é um corte típico bordalês de Merlot e Cabernet Sauvignon, com estágio de 12 meses em barricas novas e de segundo uso. O Gotim Blanco não passa por madeira, é um branco cativante, aromático e fresco.
Tempos Vega Sicilia - Alión, Pintia e Macán
Produtor lendário do vinho espanhol, Vega Sicilia sempre inspirou a admiração e o respeito de todos no mundo do vinho. Fundada em 1864, a vinícola foi adquirida em 1982 pela família Álvarez e hoje é uma das cinco bodegas do grupo Tempos Vega Sicilia. A filosofia perseguida por Vega Sicilia, nas palavras do seu CEO, Pablo Álvarez, é produzir os melhores vinhos ano após ano, acreditando que o melhor vinho ainda está por ser feito. Seu vinho mais famoso é o Vega Sicilia Unico, elaborado na Ribera del Duero sob dois rótulos: o Gran Reserva, lançado geralmente dez anos após a colheita, e o Reserva Especial, um blend não safrado de três safras. De elegância e classe incomparáveis, são únicos também em seu estilo, ao qual se mantêm fiéis há muitas e muitas décadas, e são capazes evoluir magicamente com o passar dos anos em garrafa. O segundo vinho da casa é o elegante Valbuena 5o Año, maturado por cinco anos em barricas e na garrafa.
Em 1991, a família Álvarez inaugurou Alión, uma moderna vinícola situada também na Ribera del Duero. Elabora um único vinho, intenso e rico com a Tinto Fino (Tempranillo) e um estilo próprio, que combina o melhor da Espanha e o melhor do Novo Mundo oferecendo um interessante contraponto ao classicismo do Vega Sicilia. Recebe sempre ótimas notas, como os 94 pontos de Robert Parker para a safra 2014. Em 2001, nasceu o Pintia. Produzido na emergente região de Toro, conquistou logo na primeira safra 95 pontos de Parker. Para Steven Spurrier, da Decanter, é um verdadeiro ‘punho de aço em luvas de seda’, um vinho inacreditavelmente bom”!
O mais novo empreendimento de Tempos Vega é Macán, na Rioja, uma joint venture cuidadosamente planejada com o Château Lafite-Rothschild, inaugurada em 2013. Aqui o objetivo é elaborar vinhos que resgatem a elegância dos Riojas das décadas de 1960 e 1970, mas sem a opulência dos exemplares mais modernos. O Macán e o Macán Classico são produzidos exatamente da mesma forma, mostrando elegância e equilíbrio. Robert Parker avaliou o Macán com 93 pontos logo na safra de estreia e comentou: “limpo, potente e moderno, será fascinante acompanhar a evolução deste tinto ao longo do tempo”. O Macán Classico é um vinho mais pronto para ser bebido, arrematou 92 pontos de Parker na safra de lançamento e 93 pontos na última safra avaliada (2015).
Bodegas Luzón
Fundada em 1916, a Bodegas Luzón alcançou seu verdadeiro prestígio a partir do ano 2000, quando após passar por uma grande modernização, firmou-se com uma das maiores referências de Jumilla. DO na pequena região da Murcia, na costa sudoeste da Espanha, onde a uva autóctone Monastrell (a mesma que a Mourvèdre) reponde por mais da metade dos vinhedos plantados. Na opinião do jornal espanhol El Mundo, Luzón é uma confiável fonte de vinhos de grande complexidade. Seus tintos – suculentos, com cativantes de notas de frutas maduras, características do efeito do clima árido da região de Jumilla, exibem um frescor que aporta um apetitoso apelo gastronômico. São elaborados meticulosamente pelo talentoso enólogo Joaquín Gálvez Bauzá, responsável por alguns dos mais emblemáticos vinhos de Ribera del Duero.
Talhado com um corte de 50% Monastrell, 25% Tempranillo e 25% Cabernet Sauvignon de vinhedos de 50 anos de idade, o Altos de Luzón estagia 12 meses em barricas de carvalho americano e francês, na safra 2010 recebeu 90 pontos da Wine Spectator e elogios para seus taninos bem integrados e firmes. O carro-chefe da vinícola é o Alma de Luzón, tinto de Monastrell, Cabernet Sauvignon e Syrah, de “textura aveludada” e com 92 pontos da Wine Spectator na safra 2010. Saborosos, os vinho de entrada também oferecem uma excepcional relação qualidade/preço.
Viña Bujanda, Cosecheros y Criadores, Finca Antigua e Finca Valpiedra
A tradição vitivinícola da família Martínez Bujanda é secular. O produtor, um dos mais importantes nomes do vinho espanhol, tem usado da sabedoria para perpetuar a filosofia do fundador, baseada no entendimento de que para alcançar um alto nível de qualidade dos vinhos é essencial ter o controle do vinhedo. Assim é nos vinhedos de suas cinco bodegas, localizados nas melhores zonas da Rioja, La Mancha, Rueda e Castilla. E em cada uma delas, os vinhos possuem uma identidade e um estilo próprias, determinados pelas características particulares dos vinhedos e das uvas cultivadas. Em comum, as bodegas aliam à longa tradição uma abordagem moderna de vinificação. Outra marca do produtor é a excelente relação qualidade/preço dos vinhos, que figuram com frequência na lista dos best values da crítica especializada.
A joia da coroa é a Finca Valpiedra, uma das pouquíssimas bodegas da Espanha a produzir apenas ‘Riojas de vinhedo’ e a única da região a integrar a associação Grandes Pagos de España. Seu premiado Finca Valpiedra Reserva, um tinto concentrado, rico, potente e elegante, já foi considerado o melhor da Rioja pela revista alemã Wein Gourmet e pela Decanter, além de ter recebido 94 pontos da Wine Spectator. O Cantos de Valpiedra é um excelente segundo vinho, concebido nos mesmos moldes dos châteaux de Bordeaux, cheio de finesse e com um inconfundível acento espanhol. Na promissora denominação de La Mancha, a Finca Antigua, uma bodega de vanguarda, produz deliciosos varietais de Tempranillo e Cabernet Sauvignon.
Em Aragón, região de Castilla-la-Manha, Cosecheros y Criadores elabora os saborosos Copa Real e Infinitus, de excelente relação qualidade/preço. O mais recente projeto é Viña Bujanda. A Tempranillo de vinhedos antigos da Rioja Alavesa e Rioja Alta é vinificada com uma abordagem moderna, gerando tintos macios e cheios de fruta, perfeitos para o dia a dia.
Domaine Drouhin Oregon
Há 30 anos, quando conheceu o Oregon, a família Drouhin descobriu uma região com um incrível potencial para o cultivo da Pinot Noir e também da Chardonnay. Em Dundee Hills, no vale de Willamette, começaram a produzir vinhos de alma francesa, inaugurando um novo capítulo na história vinícola do estado americano. O tempo mostrou, e a crítica especializada confirmou, que eles estavam certo. Segundo a Burghound, a vinícola “foi a verdadeira revolucionária da região [seguindo os passos de Drouhin, outros produtores da Borgonha também resolveram cruzar fronteiras], dando credibilidade e chamado a atenção do mundo para o Pinot Noir produzido no Oregon”.
No final de 2013, Drouhin adquiriu um novo vinhedo, especial, de solos vulcânicos. O Roserock, bem no sul de Eola-Amity Hills, no Willamette Valley. Ali, Véronique Drouhin vinifica separadamente a Pinot Noir colhida à mão das 35 parcelas do vinhedo para originar um vinho elegante e muito refinado que conquistou logo na primeira safra 90 pontos da Wine Spectator e 93 pontos de Parker na safra 2016. O Chardonnay também é bem particular, talhado com uvas selecionadas manualmente de três parcelas, que depois de prensadas são vinificadas em partes iguais em tanque de aço e barrica. A safra 2016 desse branco “polido e refinado” foi um dos 100 melhores vinhos de 2018 da revista Wine Spectator.
Château Tour de Mirambeau
Por mais de 200 anos, a família Despagne tem perpetuado a tradição de produzir vinhos excelentes no coração de Entre-Deux-Mers. Admirador confesso dos tintos e brancos da propriedade (ao todo são cinco châteaux), Robert Parker considera o produtor “um dos empreendimentos mais admiráveis de Bordeaux, que elabora vinhos extraordinários de apelações menos ambiciosas, como Bordeaux Supérieur”. Segundo Parker, “eles s são visionários, revolucionários fazendo vinhos que podem competir com algumas das propriedades mais renomadas de Bordeaux”. Os Despagne foram pioneiros em sua região no plantio de alta densidade de vinhas (até quatro vezes mais por hectare) com baixos rendimentos – que chegam até quatro vezes menos a quantidade de uvas por vinha. Uma técnica empregada nos mais prestigiosos crus. A partir de 2010, eles introduziram a viticultura biodinâmica em 25 hectares de suas melhores parcelas.
O projeto especial da família é o Girolate, um tinto 100% Merlot, raro, fantástico e muito concentrado, que já bateu alguns dos melhores vinhos do Pomerol e Saint- Émilion em uma degustação organizada pelo prestigioso Grand Jury Européen, e que, na opinião de Robert Parker, “precisa ser provado para acreditar”. A linha Château Tour de Mirambeau oferece brancos e tintos perfeitos para serem saboreados no dia a dia com comida – durante 25 anos esses foram os vinhos servidos pela British Airways aos seus passageiros. Chamado por Jancis Robinson de “o superstar de Entre-Deux-Mers”, eles também produzem o Cuvée Passion, um tinto (Merlot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon) e um branco com uvas de parcelas selecionadas.
Georges Vigouroux
Desde 1887 a família Vigouroux produz vinhos no Cahors, sudoeste da França e a terra natal da uva Malbec. Antes de ter os vinhedos destruídos pela praga da filoxera, no final de 1800, essa histórica maison era reverenciada por seus vinhos, comparados na época ao Château Margaux e aos melhores Grands Crus da Borgonha. No final da década de 1970, Georges Vigouroux, neto do fundador, usou de todo seu perfeccionismo para regatar a propriedade e seu antigo prestígios para produzir vinhos que surpreendem pela elegância e longevidade.
Para quem só conhece os Malbecs argentinos, os tintos de Vigouroux mostram a casta em um estilo mais mineral, sem a rusticidade típica de alguns vinhos de Cahors. O sedoso Château de Haute-Serre é “rico, elegante e concentrado”, segundo a Wine Spectator, que na última safra avaliada (2010) concedeu 94 pontos ao vinho. A Cuvée Géron Dadine, um segundo vinho, sedoso e de grande apelo, e o Gouleyant, criação de Georges Vigouroux e seu filho Bertrand, cujo nome quer dizer ‘fácil de beber’, são dois outros saborosos exemplos da Malbec em seu terroir de origem.
A mais recente novidade é o Crocus, um projeto a quatro mãos envolvendo dois dos maiores especialistas em Malbec do mundo: Bertrand Vigouroux e Paul Hobbs. Os vinhos são talhados com uvas de três terroirs muito especiais sob uma abordagem moderna, oferecendo uma nova dimensão aos Malbecs de Cahors.
Joseph Drouhin
Dona de uma reputação inabalável que já dura mais de um século, o Domaine Joseph Drouhin produz consistentemente vinhos elegantes e complexos, capazes de expressar de maneira plena seu terroir de origem: a Borgonha, lendária região da França, e terra-natal da Pinot Noir e da Chardonnay. Desde 1880, ano de fundação da vinícola, a família Drouhin empenhou-se em adquirir os melhores vinhedos nas mais disputadas denominações. Cultivados de maneira biodinâmica, os 73 hectares de vinhedos próprios estendem-se nas principais apelações, de Chablis, onde está a sede da maison, à Côte de Nuits, Côte de Beaune e Côte Chalonnaise, e são classificados em sua maioria como Premier e Grand Crus. As caves da maison são consideradas patrimônio histórico da França e incluem a antiga adega dos Cardeais de Beaune (séc.13), as adegas dos Duques da Borgonha (séc.14) e as adegas dos Reis da França em Beaune (séc. 16).
Véronique Drouhin, bisneta do fundador, é a responsável pela produção dos maravilhosos vinhos de Joseph Drouhin, “puros e elegantes, muito finos, tanto os tintos quanto os brancos”, para usar as palavras da revista inglesa Decanter. Além disso, têm um charme e uma graça característicos e são ótimos desde jovens, mas podendo evoluir também por 40 anos! Recebem altas notas da crítica especializada, a exemplo do Montrachet Marquis de Laguiche, um dos brancos mais complexos e cobiçados do mundo. Mereceu os 100 pontos da Wine Spectator na safra de 1985 e, em 2017, recebeu de James Suckling 99 pontos para a safra 2014, que definiu o vinho como “perfeito agora, e perfeito depois também”. Joseph Drouhin é o único produtor a cultivar e vinificar esse precioso Grand Cru, que permanece nas mãos da família Laguiche desde 1363!
Drouhin elabora também belíssimos achados, menos raros e mais acessíveis que os famosos Grands Crus. O Clos de Mouches é um deles. Esse Premier Cru situado bem ao sul de Beaune foi um dos primeiros vinhedos adquiridos pela família Drouhin. Metade dos 14 hectares é dedicado ao cultivo da Pinot Noir e a outra metade à Chardonnay. Ambos conquistam sempre ótimas avaliações da crítica. O Chambolle Musigny é outro grande achado. O produtor é proprietário de múltiplas parcelas de vinhedos em Chambolle, uma antiga apelação da Borgonha, no coração da Côte de Nuits. Os subsolos de calcário remontam à era Jurássica e são ideais para o cultivo da Pinot Noir que dá origem a tintos sempre cheios. O Côte de Beaune, elaborado com a Pinot Noir de um vinhedo único e que costuma ser comparado a um Premier Cru por sua qualidade, e o Gervrey-Chambertin, um dos melhores e mais típicos Pinots dessa famosa apelação, figuram entre os Borgonhas de excelente relação qualidade/preço.
No final dos anos 1980, a família Drouhin adquiriu terras no estado americano do Oregon e deu início à produção de alguns dos melhores vinhos Pinot Noir e também brancos de Chardonnay elaborados fora da França.
M. Chapoutier
Michel Chapoutier é dos mais dinâmicos enólogos da França e a referência primeira para os vinhos do Rhône. Desde que assumiu a centenária vinícola da família, tem colocado sua fantástica habilidade e talento na produção de vinhos impecáveis e elegantes, que atingem a perfeição nas diversas denominações do Norte e do Sul do Rhône. Seus Hermitage, Côte-Rôtie, St.-Joseph, Cornas, Châteauneuf , entre outros belíssimos exemplares, conferiram uma nova dimensão aos vinhos dessas apelações. Adepto da viticultura biodinâmica, é o produtor com o maior número de notas 100 de Robert Parker do mundo – 40 até 2018! – e mais de 100 notas acima de 95 da Wine Spectator. A primeira vez que conquistou a máxima pontuação de Parker foi com a safra 1989 do tinto Ermitage Pavillon, um “vinho prodigioso”, elaborado com vinhas entre 70 e 80 anos de idade, que desde então acumula 11 notas 100 do crítico. Outra pérola de Chapoutier, o branco Ermitage Le Méal é talhado com a Marsanne plantada na lendária colina, merecedor de três notas 100 de Parker. O produz també O Côtes-du-Rhône Belleruche destaca-se entre os melhores dessa denominação, com incrível relação qualidade/preço.
Além dos grandiosos vinhos do Rhône, Chapoutier produz alguns ótimos exemplares no sul da França, entre eles, o Grand Ferrage, um delicado e aromático rosé da Provence; o “sensacional” Côtes-du-Roussillon Villages L’Esquerda, um corte de Syrah e Grenache de vinhedos plantados em terrenos de granito de altitude elevada, que na safra 2016 recebeu 94-96 pontos da Wine Advocate; e os gastronômicos tintos feitos com um blend Grenache e Syrah do Languedoc. da Na região da Alsácia, ele encontrou um terroir singular entre as colinas de Barr e Riquewihr – vinhedos com uma rara e excepcional cobertura de xisto azul –, que dá origem a vinhos robustos e profundos, cheiros de mineralidade, elaborados com as variedades brancas Riesling, Gewurztraminer e Silvaner. Michel Chapoutier elabora ainda vinhos no Douro português e na Austrália.
Tokaji Oremus (Tempos Vega Sicilia)
Na Hungria, Tempos Vega Sicilia, proprietária do Vega Sicilia, adquiriu em 1993 os históricos vinhedos de Oremus, um dos mais bem localizados de Tokaj. A região foi a primeira a produzir vinhos com uvas afetadas pela Botrytis cinerea, a ‘podridão nobre’, antes mesmo de Sauternes, na França. O prestígio histórico de seus vinhos também ajudou a financiar a guerra de independência da Hungria, que teve início ainda no século 18. A família Álvarez não poupou investimentos para devolver a Oremus sua antiga grandeza, e passou a produzir vinhos extraordinários, como os fantásticos Tokaji Aszú, de uvas botritizadas, muito finos e equilibrados, de grande concentração e personalidade. O Furmint Late Harvest é intenso e saboroso, um pouco menos doce que os Aszú. A ótima surpresa fica por conta de um excelente branco seco produzido com a uva Furmint, o Mandolás — um vinho de muito sabor e estilo, que preenche a boca com sua concentração e um longo final.
Boutari
Tradicional produtor grego, Boutaria já foi indicado 17 vezes ao título de vinícola do ano pela revista Wine&Spirits, um reconhecimento à altura da qualidade de seus deliciosos vinhos, de muita personalidade e tipicidade. O Nemea de Boutari, produzido com a uva tinta Agiorgítiko é “uma barganha como introdução à casa”, segundo a escritora e crítica de vinhos inglesa Jancis Robinson. O Naoussa, um notável tinto elaborado com a casta Xynomavro, oferece um incrível potencial de envelhecimento – recentemente, a safra 1987 foi avaliada por Jancis com a nota 18/20, um verdadeiro atestado de sua longevidade. Na ilha de Santorini, Boutari produz o sofisticado Kallisti com a Assyrtiko colhida bem madura, um vinho merecedor de 92 pontos da Wine&Spirits em três safras consecutivas.
Cambas
Um dos nomes mais antigos do vinho grego, Cambas surgiu em 1882 e rapidamente se tornou referência na produção de ouzo, a tradicional aguardente do país. Em menos de uma década, também se notabilizou por elaborar os melhores vinhos gregos. O fundador, Andreas Cambas, foi pioneiro na utilização de avanças tecnologias para a época e, a fim de satisfazer e atender às necessidades de seus fieis consumidores, especializou-se na arte de combinar diferentes variedades de uvas para elaborar vinhos saborosos e ricos. No início dos anos 1990, Cambas foi adquirida por Boutari, outro nome forte do vinho grego.
A vinícola elabora ótimos vinhos, em um estilo mais tradicional, repletos de personalidade, de fantástica relação qualidade/preço. Entre eles, o Mavrodaphne, um famoso vinho fortificado da uva grega tinta homônima, cultivada em Patras, no Peloponeso, perfeito para harmonizar com sobremesas. O tinto de Agiorgíttiko é bem gastronômico e o Moschofílero, um excelente branco.
Gaía
Grande especialista na uva tinta Agiorgítiko (cujo nome significa literalmente São Jorge), Gaía destaca-se com um dos melhores produtores da Grécia, recebendo do crítico inglês Hugh Johnson, suas máximas três estrelas. É proprietária de vinhedos nas melhores localizações de Nemea, no Peloponeso, e em Santorini, que dão origem a vinhos elogiadíssimos como o Gaía Estate, elaborado com a nobre Agiorgítiko. Extremamente refinado, com bastante concentração e, ao mesmo tempo, uma textura aveludada, cheia de elegância, foi eleito pela Decanter o melhor vinho grego. Para Jancis Robinson, “é excepcionalmente bom; custaria três ou quatro vezes mais caro se viesse do Napa Valley”.
Em Santorini, Gaía produz, entre outras especialidades, o excelente Thalassitis, 100% com a celebrada Assyrtiko, outra variedade grega. É um branco impressionante, de grande classe e incrível mineralidade, lembrando os Chenin Blanc do Loire. Nino Manessis, crítico da Decanter autor do The Illustrated Greek Wine Book, o considera um dos mais finos brancos da Grécia.
Badia a Coltibuono
A milenar Badia a Coltibuono foi fundada em 1051 por monges valombrosanos, que cultivaram as primeiras vinhas na propriedade, batizando-a com o sugestivo nome de ‘Abadia da Boa Colheita’. Em 1846, a vinícola foi adquirida pela família Stucchi Prinetti e, sob a direção de Piero Stucchi Prinetti, transformou-se em um dos melhores produtores de Chianti Classico. Hoje, seus filhos Roberto, um famoso enólogo, e Emanuela Stucchi – a primeira mulher a ocupar a presidência do Consorzio del Marchio Storico Chianti Classico – são os responsáveis por dar sequência ao excelente trabalho desenvolvido por Piero produzindo alguns dos mais notáveis vinhos da região.
O Chianti Classico tradicional é um tinto “maravilhoso” e que na última safra avaliada (2016) foi considerado pela Wine Advocate “o melhor produzido até hoje”, conquistando 90 pontos. Elaborado com a Sangiovese e a Canaiolo de cultivo biológico e vinificado com leveduras nativas, envelhece por 12 meses em barricas de carvalho francês e austríaco. Os Riserva, muito ricos e complexos, costumam figurar na lista dos vinhos altamente recomendados das publicações especializadas. Com um estilo bem característico, o Sangioveto é um famoso supertoscano que costuma receber os tre bicchieri do Gambero Rosso, e na opinião de Robert Parker, um dos mais finos vinhos da Toscana. Badia a Coltibuono também elabora um elogiado Vin Santo com as uvas brancas Trebbiano e Malvasia, merecedor de 95 pontos da Wine Advocate na safra 2010. A bela propriedade reúne um restaurante no topo de uma colina, um charmoso hotel e uma escola de culinária que valem a visita.
Berta
Esta destilaria piemontesa destaca-se entre as melhores da Itália. Berta é membro do Quorum, projeto que reúne alguns dos grandes produtores de Asti, incluindo Coppo, empenhados em mostrar o potencial da Barbera d’Asti em vinhos produzidos apenas nas melhores colheitas. Muito superior à seleção de Grappa encontrada no mercado brasileiro, as Grappa de Berta envelhecem por dez anos em barricas de carvalho francês, a exemplo da Nebbiolo da Barolo Tre Soli Tre e da Barbera d’Asti Roccavino, conferindo-lhes um incrível maciez e complexidade.
Castello di Montepò
Esta propriedade situada em uma das mais bonitas paisagens do sul da Toscana pertence a Jacopo Biondi Santi, herdeiro do mítico Brunello di Montalcino “Il Greppo”. Em Maremma, ele produz supertoscanos deliciosos, como o Sassoalloro, um Sangiovese de enorme sucesso e apelo, e o Schidione, um dos mais reputados supertoscanos, concebido no mesmo estilo moderno do Sassoalloto, mas utilizando, além da tradicional Sangiovese, as castas Cabernet Sauvignon e Merlot, além do ótimo Morellino di Scansano, encorpado e de muito caráter.
Verdadeiro cartão postal medieval, o Castello di Montepó é uma fortaleza medieval de pedra perfeitamente posicionada no alto de uma colina. Antes de ser adquirido por Bioni Santi, o magnífico imóvel pertenceu ao romancista britânico Graham Greene.
Coppo
Esta centenária bodega é hoje comandada pela quarta geração da família, os irmãos Paolo, Piero, Gianni e Roberto. À frente da produção de pequenas quantidades de ótimos vinhos, com especial atenção à Barbera d’Asti. A variedade local do Piemonte passou por um renascimento nas mãos de Coppo nos anos 1980, quando o produtor remanejou os vinhedos diminuindo os rendimentos, passou a colher as uvas em seu ponto correto de amadurecimento e introduziu barricas para a maturação dos vinho. Foi nessa época que nasceu o Pomorosso, o mais emblemático tinto de Coppo. Produzido apenas em colheitas excepcionais, “demonstra finesse e elegância surpreendentes (...), com muita fruta mas também uma sutil nota mineral”, para usar as palavras da Wine Advocate. Colecionador de incríveis 12 tre bicchieri do Gambero Rosso, é um dos grandes vinhos da Itália.
O Camp du Rouss também é um Barbera bastante reputado, “deliciosamente complexo”, “com personalidade e classe”, nas opinião de Robert Parker. Coppo também elabora Chardonnays muito interessantes, na opinião do guia Gambero Rosso. Entre eles, o elogiado Monteriolo, fino e complexo. Com a uva Cortese produz um branco aromático, repleto de camadas de notas frutadas e florais – o Gavi La Rocca, que ganhou 90 pontos da Wine Spectator na safra 2011.
Campagnola
Com 110 anos de história, Campagnola é uma fonte confiável dos vinhos produzido na celebrada região de Valpolicella. Para o guia de vinhos italianos Gambero Rosso, são “repletos de fruta madura, frescos, com um estilo que convida ao próximo gole”. Campagnola trabalha em parceria com mais de 50 pequenos produtores, que junto com os 20 hectares de vinhedos próprios – administrados pela quinta geração da família – fornecem as uvas para uma gama de vinhos de muita tipicidade e apelo gastronômico, e com formidável relação qualidade/preço. Além ótimas avaliações dos deliciosos Valpolicella Classico e Bardolino, refrescantes e cheios de fruta, o produtor elabora um elogiado Valpolicella Ripasso Classico Superiore, que, segundo a revista Wine Enthusiast e Robert Parker, prima por uma bela estrutura aliada a um elegante frescor e um límpido final de boca, e um convidativo Soave Classico. Seco e refrescante, é um corte das variedades brancas do norte da Itália Garganega e Trebbiano, considerado pela Wine Spectator um best buy com “muito estilo pelo qe custa”. Os Amarones de Campagnola também conquistam ótimas avaliações, como os 95 pontos de James Suckling o seu Amarone della Valpocilla Classico 2015, “talhado lindamente”.
Lungarotti
Giorgio Lungarotti foi o grande responsável por mostrar ao mundo o potencial da Umbria para produzir vinhos de altíssima qualidade. As safras 1971 e 1975 de seu Rubesco Riserva foram imortalizadas ao serem comparadas pela crítica aos melhores vinhos franceses. Após a sua morte, no final da década de 1990, as filhas Teresa e Chiara Lungarotti assumiram o comando empenhando-se com reconhecido talento para manter a reputação dos vinhos da propriedade – a primeira grande vinícola do país a ser gerida exclusivamente por mulheres. Segundo o Gambero Rosso, o trabalho impecável desenvolvido pelas irmãs Lungarotti “trouxe de volta o encanto sem fim que colocou esta propriedade de Torgiano entre as mais prestigiosas vinícolas não só da Itália, mas de todo o mundo”.
Os vinhos de Lungarotti combinam personalidade com um inegável acento regional. O Rubesco Riserva Vigna Monticchio recebe quase sempre os máximos tre bicchieri do Gambero Rosso, e a estrela de ótima relação qualidade/preço do guia, além da cinque grappoli do Duamilavini. É elaborado majoritariamente com a Sangiovese do vinhedo Monticchio, em Torgiano, apelação da Umbria em que Lungarotti é o produtor mais importante. Recebeu excelentes notas na última safra avaliada (2010) de James Suckling (94 pontos), da Wine Spectator (91 pontos), de Robert Parker (92 pontos) e os tre bicchieri do Gambero Rosso.
O Torre di Giano Il Pino é um delicioso corte de Trebbiano e Grechetto, foi o primeiro vinho branco italiano a ser maturado em barricas de carvalho, ainda nos anos 1970. O Torre di Giano ‘normal’, elaborado com Vermentino, Trebbiano e Grechetto, não passa por madeira, exibindo um estilo mais fresco, com notas cítricas. Em sua nova propriedade em Montefalco, Lungarotti talha vinhos de grande tipicidade, utilizando como base as castas autóctones italianas. São perfeitos para acompanhar comida, com um preço inacreditavelmente bom por sua grande qualidade.
Speri
Fundada na primeira metade do século 19, Speri é uma das propriedades históricas de Valpolicella e de notável importância para a região, na opinião do guia italiano Gambero Rosso. Elabora “sempre alguns dos melhores e mais interessantes vinhos da denominação”, utilizando apenas uvas de seus 60 hectares de vinhedos próprios — todos localizados dentro de Valpolicella Classico, o que é raríssimo entre os produtores da área. A marca registrada de seus vinhos é a elegância e o refinamento. Para Robert Parker, o Valpolicella Classico de Speri “mostra todas as características que fazem do Valpolicella um vinho tão gastronômico e fácil de gostar”. O Ripasso tem um frescor marcante, e foi selecionado como o melhor da safra 2012 pela Wine Advocate.
A joia da coroa é o vinhedo Sant’Urbano, que fica no alto de uma colina e é considerado um dos terroirs mais excepcionais do Vêneto. Dele são produzidos o Sant’Urbano Apassimento Valpolicella Classico Superiore, um supervalpolicella’ cheio de charme e elegância, e um refinado Amarone, colecionador de mais de dez tre bicchieri do Gambero Rosso e um par perfeito de comida, tamanha sua elegância, potência e frescor. A safra 2012 desse opulento Amarone de Speri foi um dos vinhos a figurar na lista dos 75 best buys de 2017 publicada pela Decanter e considerado pela revista “um dos vinhos mais excitantes do mundo”. Na opinião de Parker, as safras recentes de Speri estão “realmente impressionantes, mostrando que os vinhos de Sant’Urbano são de fato excepcionais”.
Tenuta di Capezzana
Produzindo vinhos desde o ano 804, Tenuta di Capezzana é o mais importante e respeitado produtor de Carmignano – única DOCG da Itália em que a casta Cabernet Sauvignon é obrigatória. Para o Gambero Rosso, a região “tem sua identidade e território conservados graças em grande parte ao mérito da família Contini Bonacossi, que com o alto nível de seus vinhos conseguiu manter elevada a credibilidade de Carmignano nos mercados nacional e internacional.
O sedoso Carmignano Villa di Capezzana é o tinto mais importante da casa. Elaborado com a tradicional combinação de Sangiovese e Cabernet Sauvignon, recebe com frequência as super tre strelle do guia Veronelli. O Trefiano é um tinto que esbanja finesse e tem um sofisticado toque sedoso no palato. Mereceu 92 da Wine Spectator que o descreveu como “extraordinário”. O Ghiaie della Furba, produzido pela primeira vez em 1979, foi um dos primeiros supertoscanos da Itália e apontado pela Wine Spectator como um dos melhores vinhos do mundo. Altamente recomendado pela revista, é um “fantástico” com corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Outros destaques incluem o Braco Reali, classificado por Robert Parker como um vinho de fantástica relação qualidade/preço, o Capezzana 804, um suntuoso Syrah de minúscula produção, e o Vinsanto di Carmigiano Riserva, um precioso blend de 90% Trebbiano e 10% San Colombano, que envelhece dois seis anos barris de castanheira. A safra 2010 conquistou 96 pontos de Parker.
Blandy's
Atualmente sob o comando da sétima e oitava geração da família, Blandy’s elabora uma variedade de vinho com um estilo particularmente complexo, rico e com uma fina acidez – típica dos vinhos fortificados da Madeira. Únicos e sedutores, são incrivelmente longevos e exprimem a tipicidade dos terroirs exclusivos da ilha, onde Blandy’s é certamente o melhor produtor.
O Sercial é seco; o Verdelho é meio seco; o Bual é meio doce e os Malmsey são doces (rich). Já o raro Terrantez tem um estilo entre o Verdelho e o Bual. São vinhos sem igual, que conquistam excelentes avaliações da crítica internacional. O Terrantez 1977, um vintage de um ano só e que envelheceu por no mínimo 20 anos, recebeu 97 pontos da Wine Spectator em 2015. Em uma recente prova, Jancis Robinson concedeu a nota máxima a um Malmsey da safra de 1880 que – apesar de seus 130 anos de idade! –, ainda estava “jovem”, segundo a crítica de vinhos inglesa, sendo capaz que evoluir por mais 30 anos, pelo menos. O Bual 10 anos, por sua vez, arrematou a excelente nota 17,5/20, sendo descrito como “incrivelmente prazeroso”.
Herdade de Coelheiros
Em 2015, esta prestigiosa vinícola alentejana – considerada pelo crítico João Paulo Martins uma das melhores do país, foi adquirida pelo casal de brasileiros Alberto Weisser e Gabriela Mascioli. Com a ajuda do enólogo Luís Patrão, os novos proprietários remodelaram a linha de vinhos, concentrando esforços no ambicioso projeto de elaborar os mais reputados vinhos do Alentejo. Para tanto, deixaram de elaborar às linhas de entrada Ciranda e Vinha da Tapada, focando na produção em quantidades limitadas de vinhos que competem com os melhores da região. A nova linha Coelheiros é produzida com castas típicas portuguesas em um estilo rico e elegante, com um destacado acento regional.
O Tapada de Coelheiros – um sofisticado corte de Cabernet Sauvignon e Alicante Bouchet – permanece o carro-chefe da vinícola, com a produção ainda mais limitada e o rótulo redesenhado. A versão branca do Tapada de Coelheiros, um longevo corte de Arinto e Roupeiro, também ganhou nova etiqueta. Outra novidade é o Vinha do Taco, elaborado com base na Petit Verdot apenas em safras excepcionais.
Luis Pato
Luis Pato é o produtor de maior prestígio na região da Bairrada, onde desde o século 18 a família Pato elabora vinhos na famosa propriedade Quinta do Ribeirinho. Enólogo de espírito pioneiro e inovador, é o revolucionário da Bairrada, responsável por domar a Baga, variedade local conhecida historicamente por originar vinhos difíceis, rústicos, extremamente tânicos e ácidos, passando a produzir com ela vinhos de qualidade excepcional. Depois do lançamento do primeiro monovarietal de Baga, em 1980, Luis Pato não parou de surpreender a todos com uma série de sucessos, incluindo o Vinha Velhas Tinto, que já foi comparado por Jancis Robinson a um grande Bordeaux, os célebres Bairrada de Vinhedo, além de espumantes muito especiais. São vinhos concentrados e muito finos, de grande estrutura e complexidade, aptos a envelhecer por longos anos.
O raro Quinta do Ribeirinho Pé Franco é um vinho único, extremamente potente e complexo, talhado com a Baga cultivada em pé franco (diretamente no solo, como se fazia antes da filoxera), e que envelhece por 30 meses em pipas de 500 litros de carvalho novo francês. Foi um dos vinhos favoritos em 2018 de Mark Squires, crítico da Wine Advocate, que o avaliou com 96 pontos do crítico – a mais alta nota já concedida a uma vinho da Bairrada. Mais simples, mas não menos originais, o Quinta do Ribeirinho Primeira Escolha é um elegante corte de Baga e Touriga Nacional, capaz de atravessar uma década, e o delicioso João Pato Touriga Nacional, um Baga em estilo moderno e cativante.
Quinta da Lagoalva de Cima
A cativante região do Tejo (conhecida como Ribatejo até 2009) vem despontando no cenário dos vinhos portugueses de classe mundial graças a um grupo de produtores que decidiu investir em qualidade e juntos fundaram a Quinta da Lagoalva de Cima. Um dos baluartes desse ‘novo Ribatejo’, a vinícola mantém 45 hectares de vinhedos espalhados pelos melhores terroirs do Tejo, inspirados no sistema de condução australiano, que o talentoso enólogo Diogo Campilho aprendeu durante os três anos em que estudou naquele país. A colheita acontece à noite e as uvas são vinificadas numa adega que combina métodos tradicionais com tecnologia moderna.
Um dos vinhos mais elogiados é o Quinta da Lagoalva de Cima Syrah. Intenso e elegante, é produzido apenas nas melhores safras e já foi considerado o melhor vinho da região em uma prova organizada pela influente Revista de Vinhos. O Quinta da Lagoalva Castelão/Touriga Nacional é outro tinto delicioso, cheio de fruta e frescor, talhado com uvas portuguesas muito típicas e que denota o sedutor acento do Tejo. Um belo achado, com uma relação qualidade/preço irresistível.
O produtor elabora também o Grande Escolha Alfrocheiro, que já foi apontado como um dos 50 melhores vinhos portugueses entre 1.200 rótulos avaliados pela Master of Wine Julia Harding. “Um bom exemplar dessa variedade que normalmente entra em cortes”, comentou Julia. O rosé, um corte de Alvarelhão, Syrah e Touriga Nacional, e os brancos que levam o nome da Quinta também são ótimos, bastante saborosos, finos e concentrados. A novidade fica por conta da linha Lagoalva, de inacreditável relação qualidade/preço.
Quinta da Pellada e Quinta de Saes
Sob a brilhante batuta do proprietário e enólogo Álvaro Castro, Quinta da Pellada e Quinta de Saes são consideradas as maiores referências em vinhos finos do Dão. Um dos melhores terroirs do país e berço da celebrada Touriga Nacional, a região era conhecida até recentemente pela atuação mediana e padronizadora de grandes cooperativas. Mas o fantástico trabalho desenvolvido por Álvaro Castro no campo e na adega ajudou a transformar o Dão em uma das mais promissoras zonas vinícola de Portugal, onde a inovação convive lado a lado com a tradição.
Entusiasta e profundo conhecedor das castas locais de vinhedos antigos, o produtor sabe como poucos cultivar a Touriga Nacional, elaborando com ela vinhos excepcionais, a exemplo do Carrocel. Marks Squires, que avalia os vinhos portugueses para Robert Parker, classificou com 96 pontos o Carrocel 2012 (a safra mais recente degustada pela Wine Advocate), sinalizando as reais chances desse “magnífico” tinto ser reavaliado e ter a nota elevada. Para a revista de Parker, os vinhos de Álvaro Castro são distintos, frescos, equilibrados e evoluem naturalmente com o tempo.
O cultuado Primus, um verdadeiro ‘grand cru’ entre os brancos portugueses, já foi apontado pela Revista de Vinhos como um dos melhores do país. O Doda, feito em parceria com o genial Dirk Niepoort, combina um lote de vinhos do Douro e outro do Dão em partes iguais resultado em um tinto notável, complexo e perfumado, que promete muitos anos de guarda. Há ainda os vinhos da Quinta de Saes, um brancom um rosé e um tinto, que estão sempre nas litas das melhores compras de Portugal. Jancis Robinson já elegeu o Quinta de Saes tinto de longe o melhor best buy da região – “excepcionalmente rico, macio, superfrutado, de ótima acidez, muito charmoso”.
Quinta do Côtto
Situada na porção do Douro mais antiga destinada à produção de Porto, a Quinta do Côtto é um dos mais tradicionais produtores da região. Após séculos elaborando vinhos do Porto, no início dos anos 1930 passou a dedicar-se também à pequenas quantidades de vinhos de mesa. Na década de 1970, foi pioneira na criação do conceito dos “Vinhos de Quinta” – o vinho produzido e engarrafado num terroir específico pelo produtor, a exemplo dos melhores châteaux de Bordeaux. OS 60 hectares de vinhedos fornecem as uvas para os ótimos tintos Quinta do Côtto Grande Escolha, produzido apenas nas melhores safras, e o clássicos Quinto do Côtto. Novidade recente, o Vinha do Dote é um corte de diversas castas de uma única parcela de vinhas velhas de aproximadamente 90 anos, oferecida como dote em 1865. Um grande vinho, com estágio de 15 meses em barricas usadas de carvalho.
Quinta do Vale Meão
Esta vinícola é umas das estrelas do Douro e de Portugal na atualidade. O Quinta do Vale Meão é um raro e disputado tinto de minúscula produção, altamente recomendado pela Wine Spectator, de quem recebe altas nota. Na safra 2004 conquistou 97 pontos e depois novamente na safra 2011, quando foi considerado pela revista o quarto melhor vinho do mundo de 2014. Robert Parker avaliou a safra 2016 com 95-97 pontos, destacando a textura e finesse do vinho, sua fruta deliciosa, viva e expressiva, a excelente estrutura, e o frescor que o torna ótimo parceiro de comida. É talhado à moda antiga, em lagares de pedra, com as castas mais nobres da região, Touriga Nacional e Touriga Franca, e dependendo da safra, complementadas por Tinta Roriz, Tinto Cão e Tinta Barroca. Todas elas cultivadas em uma localização privilegiada do Vale do Douro.
O segundo vinho da casa é o Meandro, outro tinto maravilhoso, selecionado mais de uma vez para o ranking dos top 100 melhores do mundo da Wine Spectator. O Monte Meão é elaborado 100% com a Touriga Nacional cultivada em solo de granito – e não de xisto, já que os dois tipos de terrenos são encontrados na Quinta do Vale Meão, e na safra 2012 foi indicado para celebrar os 40 anos da Decanter, chamado pelo colunista e editor da revista Andrew Jefford de “o Hermitage do Douro”.
Soalheiro
Situada em Melgaço (o ponto mais norte de Portugal), Soalheiro está protegida por um conjunto de serras que criam um combinação de pluviosidade, temperatura e horas de sol ideais para a casta Alvarinho. Esse microclima bastante particular levou João António Cerdeira a plantar, em 1974, a primeira vinha contínua de Alvarinho e criar, em 1982, a primeira marca de Alvarinho de Melgaço – Soalheiro. Os vinhedos da propriedade são cultivados de maneira totalmente biológica e a produção é feita com o mínimo de intervenção.
Na opinião de Jancis Robinson, é o produtor do melhor Vinho Verde. Para Robert Parker, Soalheiro elabora “consistentemente vinhos da mais alta qualidade” e “não há razão para não encher a adega com estes fantásticos brancos”. O vinho de base da safra 2015, Alvarinho Soalheiro, conquistou 94 pontos da Wine Advocate. Elaborado a partir de vinhas com idade média de 25 anos, não passa por madeira, é um branco seco “glorioso, expressivo e fresco”. Para Mark Squires, degustador da revista de Parker, foi um dos melhores Alvarinho jovem, sem madeira, que ele já provou, e sugere descansá-lo na adega pelos próximos dez anos.
Symington Family Estates - Graham’s, Altano, Prats e Symington
A família Symington, de origem britânica, estabeleceu-se no Douro em 1882. Há cinco gerações produzem alguns dos mais premiados vinhos Porto como o Graham’s e o Quinta do Vesuvio, lapidando-os com cuidado artesanal impecável, ao qual poucos produtores podem se dar ao luxo. Maior proprietária de vinhedos na exuberante região do Douro, com 1.002 hectares divididos entre 27 quintas, descobriu alguns anos atrás a vocação de suas terras para a elaboração de brancos e tintos de muito caráter e classe mundial. Surgiu assim, no final dos anos 1990, a Prats & Symington, em parceria com Bruno Prats, do Château Cos d’Estournel.
O ano 2000 marcou o lançamento do primeiro vinho do projeto, o Chryseia, um tinto superlativo, que na safra 2011 foi eleito o terceiro melhor vinho do mundo de 2014 pela Wine Spectator. Em 2017, o Chryseia 2014 foi selecionado novamente para os Top 100 da revista. É um blend de Touriga Nacional e Touriga Franca, e na última safra (2016) arrematou 95 pontos da Wine Spectator. O segundo vinho do projeto é o Post-Scriptum, elaborado com o mesmo rigor e dedicação e na opinião de Robert Parker oferece tem uma “belíssima relação qualidade/preço”. Os ótimos Quinta de Roriz Reserva e Prazo de Roriz, produzidos na histórica Quinta de Roriz, completam o portfólio da bem-sucedida parceria.
A família Symington elabora ainda uma atraente linha de vinhos, com frequência destacada pela crítica como uma das compras de melhor relação qualidade/preço de Portugal. Os deliciosos Altano tinto e branco são talhados com uvas provenientes dos vinhedos da família no Douro.
Quinta do Vesuvio, elaborado apenas nas melhores safras, destaca-se pela concentração e exuberância. No mesmo estilo aristocrático, o Pombal do Vesuvio é classudo, com clara aptidão gastronômica. Já a linha Altano é composta de brancos e tintos de qualidade excepcional para a sua faixa de preço, e são sempre citados pela crítica como tremendos ‘best buys’. São todos vinhos inigualáveis, que traduzem o delicioso acento duriense e trazem a chancela de Paul Symington, presidente do grupo, eleito em 2012 o Homem do Ano pela revista inglesa Decanter.
Pisano
Na opinião de especialistas do gabarito de Jancis Robinson e Steven Spurrier, Pisano é o melhor produtor do Uruguai. Entre outros bons vinhos, o país tem sido especialmente elogiado por seus ótimos tintos de Tannat, dos quais Pisano provavelmente é o maior representante. A variedade foi levada ao Uruguai por volta de 1870 por imigrantes bascos e logo se transformou na vedete nacional.
Fundada em 1914, a bodega produz artesanalmente pequenas quantidades de vinhos de alta qualidade e personalidade. Atualmente é comandada pelos quatro irmãos Pisano: Daniel, Eduardo, Gustavo e César. Seu vinho ícone é o Axis Mundi, um tinto estupendo, tido como o melhor do país. Trata-se de um grande Tannat, elaborado com vinhas muito velhas e produzido apenas nos grandes anos, combinando potência e concentração com bastante equilíbrio e elegância. O excelente Arretxea é denso, saboroso e concentrado, merecedor de louváveis 18 pontos de Jancis Robinson na safra 2004. O RPF (Reserva Personal de Família) Tannat já foi considerado o melhor tinto do Novo Mundo pela revista Decanter. O RPF Chardonnay também é bastante fino. A linha Río de los Pájaros traz alguns deliciosos tintos com Tannat, Merlot e Syrah, enquanto a 1º Viña apresenta tintos frutados como os Tannat e Merlot/Tannat, além de um branco bastante aromático de Torrontés.
Outro grande sucesso é o Cisplatino, um corte de Merlot e Tannat, de excelente relação qualidade/preço. O Cisplatino branco, elaborado com Torrontés, e o rosado, com Cabernet Franc, também são ótimos. Há ainda um curioso vinho tinto fortificado, o Etxe Oneko Tannat, em um estilo entre o Porto e o Amarone, eleito o melhor vinho doce por Steven Spurrier, na revista Decanter, e classificado com18 pontos por Jancis Robinson na safra 2005.
Masciarelli
Referência maior no Abruzzo, Masciarelli é o responsável pela grande revolução na qualidade dos vinhos dessa denominação de origem na Itália Central. Nos anos 1970, o fundador da vinícola, Gianni Masciarelli, empreendeu mudanças drásticas, e inicialmente polêmicas, no método de condução e na densidade dos vinhedos, desafiando as normas locais, mas que impactaram de maneira positiva nos vinhos. Com rendimentos muito inferiores aos praticados anteriormente, os vinhos do Abruzzo ganharam concentração em um estilo tão diferente, que no início, alguns especialistas da região chegaram a criticar Masciarelli pelo caráter opulento dos novos vinhos. O tempo mostrou que o produtor estava no caminho certo. Prova disso são os inúmeros reconhecimentos da crítica especializada e as ótimas avaliações conquistadas por seus vinhos.
A revista Wine Enthusiast considera Masciarelli “o anjo da guarda do Abruzzo”; Michel Bettane, mais influente crítico francês de vinhos, aponta o Villa Gemma entre os seus100 melhores vinhos do mundo. Mais reputado vinho da casa, o Villa Gemma é elaborado com a uva Montepulciano d’Abruzzo em um estilo opulento. Já conquistou mais de dez tre bicchieri, e foi descrito por Robert Parker como um tremendo tinto, além disso, na safra 2008 foi classificado como um dos melhores vinhos da Itália de 2015 pela Wine Spectator. A linha Marina Cvetic mostra vinhos igualmente intensos, de grande profundidade de fruta. O Trebbiano está entre os grandes vinhos elaborados com a casta. São todos cativantes e deliciosos, e devem surpreender muitos enófilos.
Julián Chivite e Gran Feudo
Fundada em 1647, Julián Chivite é uma das mais tradicionais e emblemáticas bodegas da Espanha. A reputação de seus ótimos tintos, brancos e rosados transcende a da própria Navarra, sua região de origem, e a coloca entre os maiores nomes do vinho espanhol. O produtor é um dos preferidos do rei da Espanha e costuma merecer inúmeros prêmios e elogios da imprensa especializada – já foi eleito várias vezes a melhor bodega do país pela Wine & Spirits.
A revista inglesa Decanter afirma, para não deixar dúvidas: “O maior nome da Navarra é Chivite. Os vinhos dessa histórica bodega ficaram melhores e melhores ao longo dos últimos 15 anos. Seu Colección 125 se estabeleceu como o grande vinho da Navarra”. Robert Parker também é fã dessa linha. Classificou com 93 pontos o Colección 125 Blanco 2014, um branco barricado “elegante e borgonhês de Chardonnay, um dos melhores em sua classe”. Os mais acessíveis Gran Feudo também têm uma merecida reputação de consistência e de fantástica qualidade pelo preço – o rosado é o mais famoso de toda a Espanha, sempre citado como um best buy.
Julián Chivite também é proprietário da conhecida vinícola Viña Salceda, localizada na Rioja Alavesa. Além dos ótimos e premiados Crianza e Reserva, o grande destaque é o tinto Conde de Salceda Reserva, um Tempranillo de imenso prestígio.
Pesquera, El Vínculo e Dehesa La Granja
Alejandro Fernandez é um dos grandes pioneiros da Ribera del Duero. Produtor de imenso prestígio, recebe as cinco estrelas de Robert Parker e é autor de alguns dos maiores clássicos da Espanha. Seu cultuado Pesquera foi o primeiro tinto produzido no hoje famoso ‘estilo Ribera del Duero' — concentrado, profundo e intenso, exuberante, elaborado somente com a uva Tinto Fino, e já foi descrito por Parker como “o Château Petrus da Espanha”. O Condado de Haza é intenso e concentrado, de personalidade bem espanhola. Para a Wine Spectator é um tinto polido, com taninos refinados e uma excelente relação qualidade/preço. O premiado Condado de Haza Reserva Selección e o fabuloso Alenza são ouros destaques de bastante sucesso. A linha Pesquera, com seus Crianza, Reserva e Gran Reserva, oferece alguns dos mais saborosos tintos espanhóis — recebeu 92 pontos da Wine Advocate na safra 2010.
Nos últimos anos, o produtor expandiu sua atuação até outras nobres regiões espanholas. Em La Mancha elabora a partir de vinhas velhas de Tempranillo o poderoso e rico El Vínculo, que amadurece por 18 meses em barricas e outros seis meses em garrafa. O maravilhoso El Vínculo Paraje La Golosa Gran Reserva também é um tinto inigualável, elaborado apenas nas melhores safras e em quantidades muito pequenas. Seu novo projeto em Toro é o Dehesa La Granja, um vinho concentrado e delicioso, talhado também de vinhas velhas de Tempranillo. Uma das figuras mais emblemáticas e dinâmicas do vinho espanhol, Alejandro Fernandez foi homenageado em 2009 pelo Grand Jury Européen du Vin com o prêmio Artvinum por sua brilhante trajetória — no mesmo ano, ele já havia sido eleito o melhor bodegueiro do país pela revista Vivir el Vino.
Alamos (Catena Zapata)
Grande sucesso em mais de 50 países, a linha Alamos é composta por tintos e brancos de preços realmente excepcionais, com a qualidade inquestionável do maior nome do vinho argentino: Catena Zapata. De ótima concentração, intensidade e riqueza, e com uma complexidade surpreendente, são imbatíveis. O Chardonnay é tão bom que surpreende até os maiores especialistas, recebeu 91 pontos de James Suckling na safra 2017, que o considera de “excelente relação qualidade/preço”. O Malbec é rico e concentrado, de grande equilíbrio e “muito francês”, segundo Jancis Robinson e um “excepcional value” para a Wine Spectator, que avaliou a safra 2013 com 90 pontos. Mais denso, de grande profundidade e concentração, com camadas de fruta, o Cabernet Sauvignon tem final de boca maravilhoso. O Bonarda é recomendado para aqueles que preferem tintos frutados e com acidez refrescante. O Torrontés, elaborado com uvas de vinhedos de altitude na região andina de Salta, foi apontado pela Wine Spectator como o melhor vinho dessa casta — a mais famosa entra as uvas brancas na Argentina.