A Niagara é uma uva de cultivo bastante comum, muito
encontrada inclusive no Brasil,
onde foi introduzida em 1894, no estado de São Paulo. Sua origem remonta a
1868, quando foi selecionada em um cruzamento das castas Concord e Cassidy, nos
Estados Unidos. Seu nome veio do local onde foi inicialmente cultivada, no
condado de Niagara, estado de Nova York. É utilizada tanto como uva de mesa
como na produção de sucos e vinhos.
Os frutos destas videiras são grandes e suculentos, com
formato redondo ou oval, com coloração esverdeada e levemente esbranquiçada,
além de aroma doce. As videiras apresentam forte resistência a doenças e
alto rendimento, além de resistir também ao inverno rigoroso típico da
região norte dos Estados Unidos, principalmente próximo à fronteira com o
Canadá. É largamente cultivada na região dos Finger Lakes, ao norte do estado
de Nova York, além das margens do lago Michigan, ficando logo atrás da Riesling,
principal casta destas regiões, em área ocupada.
Grande parte do território norte-americano possui vinhedos
da Niagara, mas ela é mais comumente utilizada na produção de geleias e
compotas, além de servirem de alimento. A maior parte da produção mundial da
Niagara é para uso como uva de mesa, ficando uma parte menor aproveitada para o
envasamento. Ela é ainda muito cultivada no Canadá, além do Brasil, mas também
são produções voltadas para o consumo de mesa, e não em garrafas, apesar de ser
também bastante aproveitada como suco de uva branca.
A elaboração de vinhos com uvas da casta Niagara se destaca
principalmente na região do lago Erie, em Nova York, e no Oregon. Uma das
principais características utilizadas para descrever o aroma de vinhos desta
uva é a palavra “foxado”, devido à forte presença do cheiro da uva em si, mas
geralmente possui uma fragrância doce e bastante agradável.
Na opinião do crítico Paul Bulas, o pouco conhecimento que
se tem das características únicas da Niagara se deve ao fato de esta casta não ser
considerada ideal para a elaboração de vinhos. No entanto, ele acredita que é
possível, sim, produzir bons exemplares, principalmente de varietais.
Para o consumo, o vinho branco da Niagara é
indicado para acompanhar refeições com carnes brancas, como peixes, ostras
cozidas em vinho branco, queijos leves de sabor suave como o gouda, ou até uma
salada Waldorf, além de sobremesas.