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    • Notas Mistral

      Dicas e Curiosidades

      O que é Terroir?

      Terroir: o que é, microclima e suas curiosidades

      Terroir é uma palavra francesa muito usada no mundo do vinho. De maneira geral, o terroir representa as características do lugar de onde vêm as uvas para a produção de cada vinho. Esta identidade particular de cada lugar onde as videiras são plantadas, explica uma das características mais surpreendentes do mundo do vinho: como um vinho feito com uvas plantadas em uma região pode ser tão diferente de outro produzido com as mesmas uvas plantadas a poucos metros de distância.

      Os fatores principais que compõe um terroir são:

      • Microclima
      • Topografia
      • Solo (e subsolo)

       

      O que é Microclima?

      O microclima é o clima de uma pequena região: os dias de sol, pluviosidade, ventos e todas as condições meteorológicas que podem afetar o desenvolvimento das videiras e amadurecimento das uvas. Muitas vezes uma pequena distância pode significar, por exemplo, a diferença entre o perfeito amadurecimento ou uvas resultantes em vinhos duros e adstringentes.

       

      O que é Topografia?

      É bem fácil entender como a topografia de um terreno pode fazer com que dois vinhedos de uma mesma região sejam completamente diferentes. Do mesmo modo que as células de energia solar são inclinadas porque assim captam mais horas de sol, uma colina com a orientação correta recebe uma insolação maior que uma planície.

      É por isso, por exemplo, que alguns dos melhores vinhedos da Europa estão em colinas de orientação sul. Seguindo o mesmo raciocínio, em uma região muito quente, as colinas de face norte são as mais procuradas pelos produtores de vinhos.

      Você já reparou que os terroirs mais disputados das regiões mais quentes são os mais frescos, enquanto os mais valorizados nas regiões de clima frio, são os mais quentes?

       

      Qual a influência do solo e subsolo?

      Além de determinar a qualidade do vinho, o tipo de solo pode mostrar personalidades diferentes de uma mesma uva. Os solos de pouca fertilidade, não muito profundos, com boa reserva hídrica e diversas camadas, são os melhores para o cultivo das uvas.

      Ao contrário do que muita gente pode pensar, os solos muito férteis não são os melhores para a produção de vinhos de qualidade. As videiras, assim como qualquer planta frutífera, ficam mais vigorosas em solos férteis, produzindo uvas em maior quantidade.

      Com muitos cachos, a videira precisa dividir toda a energia que ela capta entre todos os cachos de uva. As uvas tendem a ficar com as cascas mais finas e inchadas, resultando em vinhos mais diluídos. Além disso, se o solo for úmido e muito rico em nutrientes, a videira fica “preguiçosa” e não aprofunda suas raízes, deixando de captar todos os minerais das diversas camadas de solo.

      Outro fator importante, que não é propriamente um componente do solo, mas é certamente uma característica de um determinado terroir, é a microfauna de cada parcela. Os insetos e micro-organismos presentes no solo têm um papel muito maior que o tamanho deles sugere.

      Alguns metros de distância podem resultar em solos completamente diferentes. É por isso que os solos são um componente tão importante para definir um terroir.

       

      Como podemos perceber em exemplos concretos o conceito de terroir?

      É muito fácil perceber que um vinho Pinot Noir produzido na Califórnia difere de um vinho feito com a mesma uva cultivada na Borgonha, mas qual é a razão de resultados tão diferentes?

      Assim como qualquer outra fruta, a uva passa por um ciclo vegetativo de produção até que esteja perfeitamente madura e pronta para ser colhida. É intuitivo que a uva plantada em uma região mais quente, com mais sol e menos chuva, deva concentrar muito mais açúcar e menos acidez do que uma colhida em uma região mais fria e com mais chuvas.

      Da mesma forma, as uvas de vinhas plantadas em regiões mais quentes devem ficar maduras em menor tempo que as plantadas em locais com chuva abundante, acumulando mais água em cada bago no momento da colheita. É por isso que os vinhos produzidos em regiões onde chove durante a colheita parecem aguados.

      Mas a diferença não é só a quantidade de sol o de chuva. Os nutrientes que as vinhas absorvem nos diferentes tipos de solo também influenciam no resultado do vinho, assim como a orientação de cada vinhedo.

      Do mesmo modo que aqui no Brasil uma casa “face norte” recebe mais sol durante o ano, os dois lados de uma colina onde um vinhedo está plantado resultam em vinhos diferentes. Em uma região muito quente, os melhores vinhedos estão mais protegidos do sol, enquanto nas regiões mais frias, os mais prestigiados recebem insolação maior.

      Na Borgonha e em Champagne, por exemplo, que são duas regiões frias, os vinhedos de face sul conseguem resultados muito melhores que os de face norte. Nessas vinhas de menor insolação, as uvas conseguem ficar completamente maduras apenas em anos excepcionais.

       

      Podemos falar em terroir para qualquer região produtora?

      O conjunto de solo, clima, exposição solar, topografia, drenagem e todas as outras condições geológicas de uma pequena região plantada com vinhedos é chamada, no mundo do vinho, de terroir. É um termo que praticamente todo enófilo já ouviu falar, mas que geralmente associa sempre a vinhos do Velho Mundo.

      A explicação é simples: os produtores europeus sempre deram grande importância para a região em que um vinho é elaborado e dividiram cada parcela que produzia vinhos diferentes ao longe de muitos séculos. Talvez o melhor exemplo disso seja a região da Borgonha, na França.

      Os monges beneditinos delimitaram há centenas de anos cada pequena parcela, elaborando vinhos apenas com uvas de cada parcela e classificando a qualidade de cada uma delas. Já os produtores do Novo Mundo elaboravam inicialmente, salvo raras exceções, vinhos com uvas de todas as partes de um grande vinhedo, juntado, muitas vezes, uvas de características e qualidades diferentes.

      Nas últimas décadas, alguns produtores pioneiros do Novo Mundo começaram a vinificar parcelas que eles julgavam de melhor qualidade separadamente. Estes vinhos, além da qualidade, mostraram características diferentes de outras parcelas – uma descoberta de certa forma parecida com a que os monges beneditinos fizeram há 800 anos na Borgonha.

      Os vinhos de parcela do vinhedo Adrianna são ótimos exemplos de terroir no Novo Mundo: os vinhos de cada parcela, localizada a poucos metros de distância uma da outra, são completamente diferentes!

      Para saber mais, você também pode acompanhar o vídeo na íntegra, acessando abaixo, e para assistir outros vídeos, confira playlist Aprendendo com a Mistral.

       

      Vinhos:

      • Joseph Drouhin Beaune Clos de Mouches Rouge – Código 35115
      • Roserock Pinot Noir Eola-Amity Hills Ava – Código 33704
      • Catena Zapata Adrianna Mundus Bacillus Terrae – Código 31985
      • Côtes-du-Rhône AOC Coudoulet de Beaucastel Rouge – Código 34706
      • Catena Zapata Adrianna Chardonnay White Bones – Código 34767

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