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      Iniciando no mundo do vinho

      Degustar diversos tipos de vinhos é a melhor forma de aprender mais sobre as características de cada rótulo

      Iniciando no mundo do vinho

      Qualquer um pode entender de vinho. Quem afirma é Ciro Lilla, autor de Introdução ao Mundo do Vinho, leitura obrigatória para aqueles que desejam se iniciar no mundo do vinho. Logo no começo, Ciro Lilla, uma das maiores e mais respeitadas autoridades brasileiras em vinho, adverte a seus leitores: “Todo mundo tem todas as condições para entender de vinhos e se tornar um enófilo, que é o ‘amante do vinho’, o amador que, com o tempo, se torna um conhecedor.”

      Mas como?

      Leia também: Top 100 Wine & Spirits: as melhores vinícolas do mundo

       

      Qual é a melhor maneira de aprender sobre vinho?

      A melhor maneira de aprender sobre vinho é bebendo. Mas, assim como um gourmet ou apreciador da boa mesa saboreia um prato (em vez de devorá-lo), um apreciador de vinho, seja ele iniciante ou experiente, degusta a bebida com atenção, sem pressa. E de preferência às cegas.

      Entender sobre vinhos não significa ficar cheirando a bebida buscando uma infinidade de aromas com associações esquisitas como cheiro de couro molhado ou charuto enrolado à mão. Para Ciro Lilla, “isso só afasta as pessoas do vinho”. Perceber o aroma ou bouquet de um vinho é uma habilidade que se desenvolve com o tempo, como um banco de dados que vai sendo atualizado a cada degustação. E o jeito mais eficiente de degustar é às cegas, ou seja, quando se prova alguns vinhos sem saber quais são.

      Pode-se degustar às cegas vinhos de regiões diferentes elaborados com uma mesma uva, como por exemplo vinhos tintos de Pinot Noir da Borgonha, da Nova Zelândia e do Chile. Ou então uma seleção de vinhos brancos de diferentes regiões produtoras, ou ainda vinhos produzidos com uma casta apenas e outros a partir de um blend usando essa mesma casta. Dessa maneira, vai-se descobrindo as diferenças entre eles e as características marcantes de uma variedade de uva específica.

      A degustação às cegas também possibilita debater certos mitos como o de que vinho bom é o vinho caro – às vezes um vinho mais barato pode dar mais prazer que um vinho mais caro –, permite descobrir que estilo de vinho agrada mais seu paladar, se é um tinto mais seco, um branco mais doce ou um Cabernet Sauvignon da Califórnia.

      Em Introdução ao Mundo do Vinho, Ciro Lilla oferece duas maneiras de participar de degustações às cegas. Uma delas é fazer parte de uma associação ou clube de vinhos que organize esse tipo de prova. A outra é criar o seu próprio grupo de degustação.

       

      Como organizar uma degustação às cegas

      Tem amigos que gostam de beber vinho e se interessam em conhecer mais sobre o universo encantador dos tintos e brancos? Então você já tem o mais importante para montar seu grupo de degustadores. Ciro Lilla sugere reunir de seis a oito pessoas para encontros regulares a cada quinze dias, uma vez por mês, ou no intervalo que melhor se adeque à disponibilidade dos integrantes do grupo.

      A cada encontro, um membro do grupo fica responsável pela seleção dos vinhos, sem contar para os demais o que foi escolhido, e por embrulhar e numerar as garrafas. Outra possibilidade é cada participante levar um vinho já embrulhado. Veja as seguir algumas dicas simples, mas muito úteis para organizar com sucesso sua degustação de vinhos.

      1. Defina o tema da degustação.

      2. Determine quem vai comprar os vinhos (o ideal é provar até seis vinhos).

      3. Certifique-se de que as garrafas estão embrulhadas para esconder o rótulo antes de serem levadas à mesa. Se cada integrante do grupo for levar um vinho, peça para embrulhá-lo antes.

      4. Disponha as taças uma ao lado da outra à frente de cada degustador.

      5. Sirva os vinhos mantendo a sequência para todos os participantes. Cada degustador analisa em silêncio a cor de cada vinho, comparando os aromas e o sabor e fazendo anotações.

      6. Quando todos terminarem de degustar todos os vinhos, desembrulhe as garrafas para revelar os rótulos.

      7. Compartilhe suas impressões e comentários.

       

      10 termos mais usados para descrever o vinho

      Elegante – Um vinho elegante tem algo de sutil, mas sem exageros. Um vinho pode ser equilibrado sem ser elegante. Se for muito encorpado ou muito concentrado, por exemplo, poderá ser equilibrado, mas não será elegante.

      Exuberante – Quando tem um aroma intenso, é bem concentrado, encorpado e com bastante álcool, não necessariamente um aroma fino ou elegante, e com frequência agradável. Um vinho exuberante desperta atenção logo de cara.

      Complexo – Assim como uma comida rica em sabores, bem temperada, o vinho complexo pode evocar uma infinidade de coisas. Um bouquet complexo, por exemplo, é como um grande perfume, vai mudando no copo e revelando novos aromas à medida que o tempo passa. O vinho simples é o oposto de complexo, aquele que é apenas frutado, com um bouquet que lembra uma fruta; é aquilo e nada mais.

      Redondo – Um vinho redondo não apresenta adstringência nem amarra na boca. É aveludado, sedoso, o oposto de um vinho duro, áspero.

      Tanino – Substância encontrada na casca da uva, nos cabinhos que seguram os bagos, nas sementes e também na madeira do barril. Nos vinhos tintos, o tanino dá estrutura para eles envelhecerem e evoluírem com o tempo. O tanino também pode deixar o vinho amargo e adstringente (aquela secura que amarra a boca), difícil de beber. Quando isso acontece dizemos que o vinho é tânico, duro e áspero no palato. É o caso dos vinhos jovens concebidos para envelhecerem por muitos anos.

      Acidez – É aquela sensação de frescor sentida na boca, que desperta o palato. A acidez no vinho é desejável, pois confere frescor e possibilita seu envelhecimento. Um vinho com pouca ou sem acidez é um vinho chato, sem graça.

      Bouquet – Uma das características mais prazerosas do vinho, o bouquet ou aroma é percebido pelo olfato. Para apreciar o bouquet de um vinho, concentre-se no conjunto, se ele é intenso, se agrada ao nariz. E para melhor apreciá-lo gire a taça segurando na haste para liberar os aromas mais complexos, que são formados por moléculas mais pesadas. Ao agitar o vinho eles se soltam da superfície do líquido.

      Retrogosto – É o gosto que fica na boca após engolir o vinho. Em geral, quando mais duradouro for o retrogosto melhor é o vinho.

      Blend – Também chamado de vinho de corte, é a mistura de uvas usadas na elaboração de uva. Antigamente costumava-se colher todas as uvas independente da sua variedade e estado de maturação e colocá-las para fermentarem juntas. Hoje, cada variedade de uva é colhida e fermentada separadamente. O enólogo então faz a sua arte, combinando os vinhos para criar o blend.

      Varietal – Vinho varietal é aquele produzido apenas com uma variedade de uva ou majoritariamente com uma determinada uva, cujo nome está destacado no rótulo.

       

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