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    • Notas Mistral

      Dicas e Curiosidades

      Vinho orgânico, biológico, vegano e natural: veja a diferença

      Grandes produtores aderem cada vez mais práticas sustentáveis na elaboração de seus vinhos

      Vinho orgânico, biológico, vegano e natural: veja a diferença

      Elaborar vinhos em sintonia com a preservação do meio ambiente é uma escolha feita por um número expressivo e cada vez maior de produtores de vinho em diferentes países. Um vinho certificado com selo sustentável, biodinâmico ou orgânico oferece ao consumidor a garantia de que o vinho que ele está tomando foi produzido segundo as boas práticas de cultivo orgânico, biodinâmico ou sustentável.

      Essa garantia de origem torna-se extremamente relevante num mercado tão diverso e numeroso quanto o dos vinhos ou quando o consumidor não conhece a reputação do produtor. Vale lembrar que ser orgânico ou biodinâmico não é garantia de qualidade ou de que o vinho é necessariamente mais saudável.

      Leia também: Pol Roger e seus vinhos de sucesso mundial

       

      Vinho orgânico 

      As uvas utilizadas na elaboração do vinho orgânicos são cultivadas de forma orgânica, ou seja, o manejo dos vinhedos se baseia em produtos naturais e no equilíbrio biológico. Não é permitida a utilização de produtos sintéticos, adubos ou pesticidas químicos. Pela regulamentação, a sulfitagem não deve exceder 150mg/l nos vinhos tintos.

      Herdade de Coelheiros, vinhos portugueses, vinho orgânico

      Herdade de Coelheiros adotou o cultivo orgânico em grande parte de seus vinhedos (Foto: Divulgação)

       

      Vinho sustentável

      O vinho sustentável é elaborado levando em consideração o bem-estar do meio ambiente. Os critérios para a aquisição do selo sustentável incluem medidas como a utilização de energias naturais, produtos reciclados, a redução do consumo de água, separação de lixo, entre outras regras.

       

      Vinho biológico 

      Outro nome para orgânico, a certificação do vinho biológico é bastante comum, principalmente em países como a Itália e Portugal. Além disso, essa classificação conversa diretamente com práticas de sustentabilidade.

       

       

      Vinho biodinâmico

      A agricultura biodinâmica nasceu em 1924 e tem sua origem na antroposofia, filosofia criada pelo austríaco Rudolf Steiner sobre a análise do todo. Uma abordagem que enxerga a videira em harmonia e integrada com seu habitat e ecossistema. Na prática, o meio ambiente interfere diretamente na saúde da planta, como a influência exercida pelas fases da lua para identificar o momento da poda das videiras, da colheita das uvas, entre outros.

      O conceito biodinâmico é muito mais amplo. Engloba, além da não utilização de produtos químicos, o emprego de insumos e preparados biodinâmicos (esterco, ervas, etc.) para o controle de pragas e fertilização. Baseia-se, enfim, no equilíbrio da planta com seu habitat. A sulfitagem máxima permitida nos vinhos biodinâmicos é de 70mh/l, para os tintos, e 90mg/l para brancos e rosés, 210mg/l para os vinhos doces).

       

      Domaine Marcel Deiss

      Domaine Marcel Deiss é um grande defensor da agricultura biodinâmica (Foto: Divulgação)

       

      Vinho natural

      Não existe uma regulamentação para os vinhos naturais. Por esse motivo, há um certo consenso entre os produtores sobre as práticas permitidas. A base é: não se adiciona nem se retira nada. O vinho natural é basicamente um vinho orgânico ou biodinâmico vinificado de maneira natural, ou seja, sem intervenção, com leveduras selvagens ou naturais e com frequência sem a adição de sulfitos. Porém, vale lembrar que todo vinho tem sulfito.

      O sulfito natural, pode estar presente no solo, além de ser um dos resultados químicos do processo de vinificação. O máximo permitido é 40mg/l.

       

      Vinho vegano

      Via de regra, todo vinho é vegano. Paro os adeptos do veganismo, porém, não é bem assim. Umas das etapas do processo de elaboração do vinho é a clarificação, em que são removidas impurezas do vinho, como proteínas, leveduras mortas, aromas desagradáveis, e deixar sua cor mais límpida e menos turva.

      O processo de clarificação é feito tradicionalmente com proteína animal, sendo a mais comum a clara de ovo (albumina), usada há séculos em todo o mundo. Outros produtos usados eventualmente para clarificar o vinho são a caseína (proteína do leite), a gelatina (de origem bovina ou suína), a cola de peixe, o óleo de peixe e a quitina (produto da casca/concha de crustáceos). A presença desses produtos no vinho é ínfima, com apenas traços deles. Mas para os veganos o conceito é importante, já que muitos seguem esse estilo de vida, que exclui o consumo de qualquer alimento ou produto de origem animal.

      No entanto, a maioria dos vinhos hoje em dia é clarificado com bentonite ou produtos de carbono, argila, calcário, sílica e caseína vegetal. Os vinhos biodinâmicos não são veganos. Na produção são utilizados restos de animais, como a tradicional prática do esterco dentro do chifre bovino.

       

      E o vinho convencional?

      A agricultura convencional engloba uma gama imensa de produtores. Desde produtores de alta qualidade, que preferem poder usar quantidades mínimas de defensivos e somente se houver necessidade, até produtores comerciais, que manipulam os vinhos e usam todo tipo de produto enológico disponível! O importante é conhecer o produtor.

      Um produtor com reputação, com um nome a zelar vai fazer todo o possível para preservar ao máximo seus vinhedos para poder perpetuar sua produção por gerações e para produzir um vinho íntegro, saudável e original ao seu consumidor. É bom lembrar também que cuidar de um vinhedo (ou qualquer plantação) de maneira extensiva é mais barato que cuidar manualmente de cada vinha.

       

      Conhece o vinho raisonnée?

      Você provavelmente já bebeu um vinho raisonnée. Bons produtores partem do princípio que para elaborar um bom vinho devem ser o mais natural possível, ou, em outras palavras, com o mínimo de manipulação, pois uma uva natural e sã é mais saborosa e produzirá um vinho melhor. No entanto, apesar de seguirem práticas de manejo similares à do vinho orgânico ou biodinâmico, por exemplo, os produtores de vinho raisonnée preferem não se comprometer com as condições atreladas a uma certificação, pois querem ter a liberdade para medicar a vinha em caso de uma emergência.

      É como quando temos um filho e cuidamos da sua alimentação, e fazemos tudo para que ele não fique doente. No entanto, se ficar, utilizaremos antibióticos, pois pensamos na saúde dele. Com a videira é a mesma coisa!

      Resumindo, nesse tipo de cultivo, os produtores não usam defensivos ou outros produtos químicos a não ser que seja muito necessário, em nome da qualidade do vinho e da saúde das videiras.

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